O CEO da Microsoft, Satya Nadella, enviou uma carta aos funcionários nesta segunda-feira, 15, em que descreveu mudanças na política de Recursos Humanos da empresa. A companhia tomou a providência após repercussão do vazamento dos casos de assédio e discriminação de gênero sofridas por mulheres no ambiente de trabalho. Muitas delas afirmaram que levantaram queixas iniciais ao RH, mas que o departamento não resolvia o problema.
Segundo matéria do site Quartz, a empresa vai mudar a forma como o departamento de RH analisa os incidentes no local de trabalho e criar uma “Equipe de Defesa do Funcionário”. O departamento será responsável pelo suporte às funcionárias na investigação das denúncias. Além disso, a empresa afirmou que vai desenvolver treinamentos de gerenciamento e conteúdos específicos sobre diversidade e os benefícios da inclusão social e de gênero. “Nenhum sucesso comercial ou de produto pode substituir a dignidade humana e a decência básica com que nos tratamos”, escreveu Nadella.
No início deste mês, vazaram denúncias de assédio sexual e discriminação de funcionárias da Microsoft, que compartilhavam seus relatos em uma cadeia interna de e-mails. Sobre as acusações, Nadella escreveu em um comunicado acessado pela Quartz que está “desapontado ao ouvir sobre qualquer comportamento em nosso local de trabalho que fique aquém da cultura diversificada e inclusiva que estamos nos esforçando para criar”. “Mas estou confiante para que as pessoas se sintam empoderadas para falar e exigir mudanças”, concluiu.
A Microsoft também se comprometeu em começar, em 2020, a compartilhar estatísticas sobre a frequência com que os funcionários relatam problemas e quando as violações são encontradas.
Assédio sexual e discriminação de gênero
Empresas em todo o Vale do Silício estão investindo contra a discriminação e a falta de diversidade no local de trabalho. Isso porque mulheres ainda representam apenas um quarto dos profissionais na área de tecnologia. A presença feminina é muito baixa, apesar de elas serem responsáveis por 46,9% da força de trabalho dos Estados Unidos, de acordo com um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Na última semana, por exemplo, a chefe de diversidade do Google, Danielle Brown, saiu da empresa em meio a manifestações de funcionários contra a cultura do local de trabalho. Antes disso, em janeiro, uma gerente de engenharia do Facebook deixou a gigante de tecnologia alegando ter sido ofendida por criticar a falta de diversidade na companhia.
Via: Cnet