Carro autônomo se envolve pela primeira vez em acidente com morte

Renato Santino30/06/2016 22h17, atualizada em 30/06/2016 22h30

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Pela primeira vez, um motorista morreu ao deixar-se ser guiado por um veículo autônomo. O acidente aconteceu nos Estados Unidos, em Willston, na Flórida, e o carro em questão era um Tesla Model S, um automóvel elétrico que conta com a função opcional de piloto automático. O carro colidiu perpendicularmente com um caminhão, causando a morte do seu único ocupante, Joshua Brown, que tinha um canal no YouTube em que publicava vários vídeos de seu carro (um deles com o piloto automático desviando de uma colisão).

Segundo a empresa, devido à altura do caminhão, o carro acabou passando por baixo e a colisão aconteceu diretamente com o para-brisas. “Nem o piloto automático nem o motorista perceberam a lateral branca do caminhão contra um céu muito claro, então o freio não foi acionado”, diz o comunicado da companhia.

 A Tesla afirma que se o impacto fosse contra a parte da frente ou de trás do caminhão, que estão efetivamente no chão, os sistemas de segurança “muito provavelmente preveniriam danos sérios como aconteceu em inúmeros outros incidentes”.

A companhia, no entanto, explica que o piloto automático é desabilitado como padrão, e o motorista precisa ativá-lo por sua própria vontade. Quando o usuário decide ativá-lo, ele é alertado de que o sistema está em fase de beta público eprecisa ler e aceitar o fato de que se trata de um “recurso de assistência que requer que você mantenha as mãos no volante o tempo inteiro” e que “você precisa manter o controle e a responsabilidade sobre o seu veículo”. Mesmo que o sistema tenha falhado em proteger o usuário, a responsabilidade legal do acidente cairia sobre o colo do motorista que faleceu.

O sistema do Model S também faz checagens frequentes para garantir que o motorista se mantenha no comando do carro com avisos visuais e sonoros. Caso não perceba uma resposta, o veículo reduz a velocidade aos poucos até que perceba que o motorista colocou novamente as mãos no volante.

A empresa diz que conforme os motoristas usam o piloto automático, o sistema vai ficando mais inteligente e melhor ao longo do tempo, tornando cada vez mais raros e improváveis os acidentes. No entanto, ele ainda não está perfeito e ainda depende de que o motorista esteja alerta. “Quando usado com supervisão do motorista, os dados inequivocamente mostram que o piloto automático reduz a carga de trabalho do motorista e resulta em uma melhora significativa da segurança em comparação com a direção puramente manual”.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital