Cadastro positivo indica mesma pessoa como ‘caloteira’ e ‘boa pagadora’

Sistema de registro está passando por problemas estruturais que impedem compras e empréstimos em certos estabelecimentos e bancos, mas liberam em outros
Redação14/02/2020 18h32, atualizada em 14/02/2020 19h02

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Cadastro Positivo, banco de dados que lista bons pagadores, está apresentando falhas estruturais em seu sistema, o que está prejudicando as pessoas com nome limpo que buscam aprovação para conseguirem empréstimos e obter crédito para fazer compras parceladas.

O registro, que é oposto ao cadastro negativo, desenvolvido para pessoas com nome sujo, tem apenas um mês e dois dias, apesar do pouco tempo no ar, o intuito de facilitar a vida dos bons pagadores, tem se tornado uma experiência nada agradável para esses consumidores. Isso porque o sistema tem apresentado problemas no sistema, o qual a ficha de um mesmo cidadão contém diferentes notas de crédito (score) em cada birô autorizado – Serasa Experian, SPC Brasil, Boa Vista e Quod.

O fato acontece porque cada uma das empresas utiliza uma fórmula para estabelecer o score, além de serem conveniadas com diferentes redes de lojas, o que resulta em notas de créditos distintas nos birôs. Por exemplo, se uma mesma pessoa já deixou de pagar as parcelas de uma loja, mas na outra nunca atrasou um pagamento, os birôs conveniados aos estabelecimentos tomarão como verdade o comportamento do cidadão para com a sua rede.

Os usuários do cadastro positivo já começaram a perceber o problema e o Reclame Aqui está recebendo questionamentos de pessoas que não entendem o porquê de estarem, por exemplo, perdendo score no Serasa, enquanto continuam com crédito em outros birôs.

Reprodução

Segundo Elias Sfeir, presidente da ANBC (Associação Nacional dos Bureaus de Crédito), o cadastro positivo está apenas começando, por isso que as informações negativas, como atrasos e dívidas não pagas no passado, ainda pesam na pontuação dos cidadãos. “É um projeto de médio prazo. Não é em um ano que entrarão todos os dados”, explicou Sfeir. De acordo com ele, a estimativa é que cerca de 120 milhões de pessoas farão parte do cadastro positivo até o fim deste ano.

Para perder o vínculo com um birô no cadastro positivo é preciso renunciar ao serviço e, consequentemente, os registros positivos nos outros birôs também sumirão. Ou seja, sair de um birô com o intuito de ficar apenas com empresas que consideram o seu score alto não é a saída.

Contudo, se um cidadão sai do cadastro positivo, os birôs seguirão mantendo apenas os registros do cadastro negativo. “Os scores hoje ainda são muito ligados aos atrasos de pagamentos. Isso seguirá sendo relevante se outras informações não forem incluídas”, afirmou Ricardo Thomaziello, diretor executivo de Dados da Quod.

O melhor a se fazer nesses casos é procurar o birô que não está liberando crédito para saber qual item está pesando negativamente no score. “O cadastro positivo não vai levar milagrosamente a uma melhora do score de crédito”, disse Leila Martins, diretora de Operações de Dados do Serasa Experian. “Se o consumidor percebe que a pontuação não está boa, ele pode se programar para começar a melhorar o seu histórico de pagamentos”, completou.

Via: Uol

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital