Na noite desta sexta-feira (27), o Hall da Fama da Internet, da Internet Society, anuncia 11 nomes que deram contribuições extraordinárias a crescimento, alcance e segurança globais da internet. Os indicados, vindos de todo o mundo, serão homenageados em uma cerimônia em San José, capital da Costa Rica.

Esses indivíduos ajudaram a moldar a internet atual ao expandir seu alcance para novas regiões e comunidades. Além disso, abriram caminho para maior compreensão do funcionamento da rede, bem como ampliaram a segurança para aumentar a confiança do usuário nela.

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Pela terceira vez, o Brasil tem um representante: é o inglês Michael Stanton, de 73 anos. Antes dele, dois brasileiros receberam o reconhecimento: Demi Getschko, considerado o pai da internet no país, e Tadao Takahashi, fundador da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP).

Natural de Manchester, na Inglaterra, Stanton é doutor em matemática pela Universidade de Cambridge. O pesquisador está no Brasil desde 1971 e foi um dos especialistas que lutaram pela criação da RNP — uma rede nos moldes da National Science Foundation, que já interligava universidades dos EUA desde 1985.

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Chegada da internet ao Brasil

Em 1987, quando dirigia o departamento de informática da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/Rio), ele convocou pesquisadores brasileiros de computação, ciência e engenharia, além de funcionários do governo e da Embratel (o provedor estatal de telecomunicações à época). A ideia era discutir a criação de uma rede nacional de pesquisa para conectar universidades.

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Dois anos depois, a iniciativa recebeu o apoio do governo de Fernando Henrique Cardoso e foi lançado o projeto para construir a RNP. Essa rede foi essencial para que a internet comercial se instalasse no Brasil. Stanton chegou à equipe de coordenação do projeto em 1990 e foi um dos líderes do grupo que trouxe a internet para o Brasil em 1992. “Estou muito feliz por ter sido incluído no Hall da Fama por minhas contribuições a esse coletivo de realização”, afirma ele.

O reconhecimento oferecido pelo Hall da Fama da Internet veio graças às contribuições do pesquisador para trazer a internet para o Brasil somadas a sua participação no projeto e na implantação de redes ópticas escaláveis na América do Sul e nas conexões intercontinentais com os EUA, a África e a Europa.

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Depois de fazer tudo isso, ele continua a atuar para expandir ainda mais as fronteiras das redes acadêmicas. No momento, a prioridade é levar conexão a áreas remotas da Amazônia (que, por enquanto, dependem de satélites) por meio de cabos de fibra óptica instalados nos rios da região.