O uso da tecnologia 5G certamente chegará ao Brasil, mas trará questões políticas geradas pela guerra comercial entre EUA e China. O país norte-americano não quer que outras nações – incluindo o Brasil – utilizem os serviços da gigante chinesa Huawei, maior fabricante de equipamentos de telecomunicação do mundo.

Caberá ao presidente Jair Bolsonaro decidir se a empresa poderá vender para as operadoras locais. Para auxiliar na decisão, diversos órgãos do governo estão fazendo pareceres, que serão entregues ao presidente.

O secretário de fomento da Secretaria do Programa de Parceiros e Investimento (PPI) Wesley Cardia, detalhou o processo de decisão: “O presidente vai ter que decidir. Para isso, está sendo instrumentalizado pelo MCTIC, pelo PPI, pela Anatel, pelo Ministério da Economia, pelo GSI, pelo Ministério das Relações Exteriores. Cada um está fazendo seu parecer para a decisão do presidente”, disse em evento virtual realizado pelo site Tele.Síntese.

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Jair Bolsonaro. Foto: Alan Santos, Agência Brasil

Para ele, impor restrições à Huawei teria impacto negativo sobre o ritmo de adoção da rede 5G. “Se fizermos como Inglaterra, que está restringindo a participação em 35%, ou os EUA, que querem barrar completamente, isso vai atrasar o processo brasileiro. Por quê? Porque torna os equipamentos mais caros uma vez que estes são os mais baratos, e faz com que haja atraso tecnológico porque eles investem mais em P&D no momento. Vale a pena? Não sei”, afirmou Cardia.

Essa será mais uma questão política involvendo Brasil e EUA, já que no último domingo, o país norte-americano proibiu voos do Brasil, em função do crescente número de casos de Covid-19 no país.