Bolsonaro contraria Abin usando WhatsApp em celular desprotegido, diz jornal

O aplicativo é utilizado no aparelho apenas para troca de mensagens mais informais, mas, ainda assim, é visto com desconfiança por setores da Presidência
Redação13/02/2019 21h39, atualizada em 13/02/2019 22h45

20181016105124

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Jair Bolsonaro está transformando o WhatsApp em instrumento de comunicação presidencial. Segundo reportagem da Folha, mesmo com um telefone criptografado à disposição, ele utiliza o aplicativo em um aparelho comum para conversas mais informais com sua equipe e demais autoridades – troca de ideias, impressões gerais sobre assuntos do país e comentários de notícias.

Isso acontece porque o aparelho criptografado oferecido pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tem uma série de restrições de segurança. Ele não permite, por exemplo, que se instale aplicativos como o próprio Whatsapp e até mesmo o Twitter, meio de informes oficiais do presidente. Além disso, só é possível se comunicar de forma criptografada com outros aparelhos similares.

Bolsonaro também possui um email funcional encriptado e um telefone fixo com sistema de segurança. Mesmo no celular, ele tem acesso a um programa de conversas similar ao aplicativo do Facebook. À Folha, pessoas próximas ao presidente disseram que o serviço conta com chave e servidor administrados pela Abin. A opção, no entanto, pela praticidade, é pelo uso do aparelho comum.

Curiosamente, esse também foi um problema enfrentado por Donald Trump em seus primeiros dias de governo. Assim como Bolsonaro, Trump é usuário ávido de aplicativos sociais, em especial o Twitter, e relutou em abandonar seu celular Android desprotegido quando assumiu o cargo.

E qual é o problema nisso?

O porta-voz do governo, Otávio Santana do Rêgo Barros, é categórico ao afirmar à Folha que “em relação aos assuntos que exigem reserva, ele opta pelos meios de comunicação da Presidência da República”. No entanto, apesar de reservado a pautas de menor relevância, o uso do app tem incomodado a equipe de inteligência do Palácio do Planalto e assessores presidenciais.

Ao que tudo indica, o medo é maior com um possível uso irresponsável do aplicativo por parte do presidente, soltando informações capazes de desestabilizar o governo. Porém, a segurança das mensagens também é citada, apesar do WhatsApp possuir um largo e sofisticado sistema de criptografia.

O app foi palco de escândalo na política nacional em 2016, quando um áudio vazado de Michel Temer afastou ainda mais os chefes da Presidência da República. Nele, Temer falava do impeachment de Dilma como se este estivesse aprovado.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital