Bolsonaro quer mudar recurso do WhatsApp criado para combater fake news

Equipe de Criação Olhar Digital16/10/2018 14h30

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O candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) afirmou numa transmissão ao vivo feita pelo Facebook na última semana que vai “lutar” para mudar uma regra do aplicativo de mensagens do WhatsApp criada para limitar a propagação de notícias falsas pela internet.

Em julho, o WhatsApp passou a implementar um limite no encaminhamento de mensagens. Antes, era possível repassar um mesmo texto, áudio, vídeo ou foto para até 250 chats de uma vez só. Agora, só é possível encaminhar mensagens para até 20. A mudança veio depois de uma onda de linchamentos na Índia motivados por fake news espalhadas pelo app.

“Quem não ficou chateado quando o WhatsApp, dizendo que era para combater crime de ódio, em vez de [permitir] você passar mensagens para 200 e poucas pessoas passou para 20? Nós vamos lutar para que volte ao que era antes”, disse Bolsonaro numa transmissão ao vivo feita pelo Facebook na última sexta-feira, 12.

A declaração foi dada enquanto Bolsonaro criticava o plano de governo do seu opositor, Fernando Haddad (PT), que propõe criar um “novo marco regulatório da comunicação social eletrônica”, para “impedir que beneficiários das concessões públicas e controladores das novas mídias restrinjam o pluralismo e a diversidade”.

Segundo Bolsonaro, Haddad quer colocar limites “na imprensa e na internet”. Confira a declaração do candidato abaixo, que começa nos últimos 50 segundos do vídeo:

Procurada pelo Olhar Digital, a assessoria de imprensa do WhatsApp diz que a empresa não vai comentar o assunto. Quando a mudança foi implementada, a companhia declarou apenas que o limite ajudaria “a manter o WhatsApp dentro do princípio em que foi desenvolvido: um aplicativo de mensagens privadas”, sem citar as notícias falsas.

Bolsonaro não explicou em detalhes como faria, se eleito ou não, para mudar as regras de compartilhamento no WhatsApp, um aplicativo que pertence à corporação norte-americana Facebook, que, por sua vez, é uma empresa privada com representação no Brasil. Seu plano de governo declarado o Tribunal Superior Eleitoral não chega a citar o app.

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