Bolsonaro ameaça retirar o Brasil da OMS

Presidente diz que agência age de forma política; no fim de maio, Donald Trump anunciou a retirada dos Estados Unidos da organização
Liliane Nakagawa06/06/2020 00h08

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Na noite desta sexta-feira (5), Jair Bolsonaro afirmou que pretende retirar o Brasil da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, o presidente acusou a agência de agir de forma política.

Em frente ao Palácio da Alvorada, falou com jornalistas e frisou que o país não precisa de uma organização que “dê palpite na saúde aqui dentro”. “Adianto aqui, os Estados Unidos saiu (sic) da OMS, a gente estuda no futuro, ou a OMS trabalha sem o viés ideológico ou a gente sai de lá também. Não precisamos de gente lá de fora dar palpite na saúde aqui dentro”, afirmou o presidente.

O intuito de Bolsonaro segue os passos de Donald Trump, que cortou os laços com a OMS no fim de maio. O norte-americano alegou que a organização havia fracassado em lidar com a pandemia, além de se basear exageradamente nas informações fornecidas pela China, o primeiro epicentro da doença.

Críticas ao Brasil

Com 100 mil mortos e a beira dos 2 milhões de casos confirmados de Covid-19, Trump criticou, em uma coletiva desta sexta (5), a forma com que países como o Brasil e Suécia estão conduzindo a pandemia. “Se você olhar para o Brasil, eles estão passando por dificuldades. Eles continuam citando o exemplo da Suécia, mas isso está voltando para assombrar a Suécia. A Suécia está passando por um momento terrível”, disse o presidente americano criticando ao mesmo tempo as ações brasileira e sueca. “Se tivéssemos agido assim, teríamos perdido 1 milhão, 1,5 milhão, talvez 2,5 milhões ou até mais”, concluiu.

Hoje, ao ser questionado pelos jornalistas sobre a recente fala do americano, Bolsonaro evitou comentar. Na ocasião, apenas teceu elogios a Trump, chamando-o de “amigo” e “irmão”. “Falei com ele essa semana. Tivemos uma conversa maravilhosa. Um abraço Trump. O Brasil quer cada vez mais aprofundar o nosso relacionamento. Torço para que seja reeleito. Trump, aquele abraço”, desconversou.

Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, o Brasil tem 645.771 casos confirmados. Já são 35.026 óbitos e 266.940 recuperados.

* Com informações da Deutsche Welle

Liliane Nakagawa é editor(a) no Olhar Digital