Bing será uma das opções de buscador em celulares Android na Europa

Google divulgou os resultados do "leilão" para a tela de seleção de buscador padrão, para o período entre outubro e dezembro deste ano
Rafael Rigues29/09/2020 19h49

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O Google anunciou nesta segunda-feira (28) os mecanismos de busca que serão oferecidos como padrão aos usuários na Europa durante a configuração de um novo smartphone Android. A tela é resultado de uma decisão da União Europeia que também aplicou à empresa uma multa de 4,3 bilhões de Euros, alegando que ela abusou de seu poder sobre o sistema para fortalecer a participação de seu buscador no mercado europeu.

A tela mostra aos usuários quatro opções de buscador, o Google e três concorrentes selecionadas em um “leilão” entre os participantes, dispostas aleatoriamente. As opções são atualizadas a cada três meses, e variam em cada um dos 31 países afetados pela decisão.

O buscador europeu info.com aparecerá em todos os 31 países. Em segundo lugar vem o PrivacyWall, que aparecerá em 22 países. O buscador alemão GMX estará em 16 países, o Bing em 13 e o russo Yandex em 8. O DuckDuckGo, outra alternativa popular ao Google, só aparecerá em 8 países.

Reprodução

Tela de seleção de mecanismo de busca, apresentada aos usuários de smartphones Android na Europa. Imagem: Google

Punição ou benefício?

O DuckDuckGo publicou em seu blog um artigo criticando o mecanismo de seleção, afirmando que ele é um “remédio” contra monopólios que na prática prejudica os concorrentes e favorece o Google.

Em agosto a empresa divulgou um estudo apontando que um sistema de seleção de buscador, implementado corretamente, poderia reduzir a participação do Google em até 20%. Entretanto, como definida pela União Européia, a tela de seleção no Android favorece as empresas de maior porte, que tem dinheiro suficiente para dar lances altos e efetivamente “comprar” uma vaga.

Segundo o DuckDuckGo, esse sistema efetivamente faz com que as empresas “apostem” o que esperam ganhar com a preferência dos usuários, mas acabem dando esse dinheiro de volta ao Google, que lucra em vez de ser penalizado. Além disso, incentiva as empresas a respeitar menos a privacidade dos usuários e mostrar mais anúncios, já que isso lhes traz mais lucro, que pode ser usado para comprar mais posições em futuros leilões.

“O modelo de leilão é fundamentalmente falho e precisa ser substituído”, disse a empresa.

Fonte: Android Authority. Foto por: Solen Feyissa em Unsplash

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital