A Airbus realizou a primeira decolagem autônoma da história de um avião comercial. Um Airbus A350 levantou voo automaticamente, baseado em um sistema de câmeras que permitiram manter o alinhamento com a pista e iniciar uma decolagem de forma correta.

Por segurança, o voo contou com dois pilotos de testes e três engenheiros a bordo da aeronave. Durante a decolagem, o comandante apenas acelerou o avião, mantendo as mãos nos aceleradores (manetes) até o limite da velocidade de decisão (V1). Quando o processo se mostrou seguro, os pilotos apenas acompanharam o avião iniciando a subida, para em seguida recolher o trem de pouso.

De acordo com a Airbus, os testes foram conduzidos em 18 de dezembro, embora só tenham sido divulgados nesta quinta-feira (16). Na ocasião, o avião realizou um total de oito decolagens em um período de quatro horas e meia de testes.

“Enquanto completávamos o alinhamento na pista, esperando a liberação do controle de tráfego aéreo, acionamos o piloto automático”, explicou o piloto de testes da Airbus, Yann Beaufils. “Movemos as alavancas do acelerador para a posição de decolagem e monitoramos a aeronave, que começou a se mover e acelerar, mantendo automaticamente a linha central da pista, na velocidade exata de rotação inserida no sistema. O nariz da aeronave começou a levantar-se automaticamente e, alguns segundos depois, estávamos no ar”.

 

O sistema criado pela empresa envolve uma câmera de alta resolução que permite ao avião saber seu alinhamento na pista, que combinados com dados de velocidade e aceleração, possibilitam a decolagem no momento exato, feita pelo piloto automático. É um procedimento diferente do realizado no pouso, onde uma série de instrumentos de rádio, como o Instrument Landing System (ILS), direcionam o avião na rampa para o toque na pista.

Batizado de ATTOL (Airbus Autonomous Taxi, Take-Off & Landing), foi lançado em 2018, quando o fabricante europeu passou a desenvolver recursos e capacidade para aplicação prática. Embora ainda seja um demonstrador de tecnologia, o ATTOL poderá auxiliar os pilotos em situações de clima adverso ou mesmo em aeroportos críticos, aumentando a segurança do voo.

A Airbus afirma que o objetivo não é criar uma aeronave autônoma, mas sim explorar tais tecnologias que, ao lado de outras inovações em áreas como materiais, eletrificação e conectividade, poderão auxiliar a projetar novos aviões no futuro.

Os próximos passos do projeto incluem taxiamento, decolagem e pouso automático, que devem ocorrer ainda neste ano.

Via: AERO Magazine