Artista imagina como seriam os ‘fósseis’ dos eletrônicos atuais

A exposição 'The World After Us' traz laptops, telefones, câmeras e outros equipamentos depois de passarem por processos que imitam a passagem de milhares de anos
Renato Mota10/01/2020 19h15

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O que aconteceria com os nossos equipamentos eletrônicos se a humanidade sumisse? Quase todos eles são feitos de plástico, ferro, silício e outros materiais que demoram bastante a se decompor. Então, será que eles seriam incorporados à natureza?

A exposição “The World After Us” (O mundo depois de nós), do artista plástico Nathaniel Stern é um exercício neste sentido. Ele congelou, quebrou, enterrou (e fez outras maldades) dispositivos como laptops, telefones e câmeras para criar o que chama de “fósseis” dos eletrônicos.

O resultado é uma combinação de vida vegetal com lixo eletrônico e experimentação científica com exploração artística. As obras dialogam tanto com o futuro e com o momento atual do consumismo. “Não devemos perguntar apenas o que a mídia digital será depois de nós. Precisamos reinventar o que o lixo digital pode ser e pode fazer, no presente”, afirma a descrição da exposição.

A mistura de calor, pressão, frio e outros processos as quais Stern submete os equipamentos é pensada para criar um tipo de tempo artificial e geológico, como se milhares de anos tivessem se passado. “Este trabalho não é pós-apocalíptico; ao contrário, imagina futuros em potencial enquanto pede aos espectadores que estejam atentos aos seus dispositivos no presente”, explica o artista.

Segundo o site CNET, Stern estima que a exposição tenha cerca de 250 computadores, 100 telefones e algumas dezenas de teclados e mouses, além de centenas de metros de cabos de fita de áudio e ethernet e USB.

As peças foram recolhidas de lojas de eletrônicos de segunda mão e de operações locais de processamento de lixo eletrônico, além de empresas que ouviram falar do projeto e doaram seus eletrônicos descartados. Depois da exposição, grande parte da arte será reciclada.

Via CNET

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital