Apple vê vendas de iPhones em queda pelo segundo trimestre seguido

Renato Santino25/10/2016 23h07, atualizada em 25/10/2016 23h10

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A Apple anunciou nesta terça-feira, 25, seus resultados para terceiro trimestre do calendário de 2016 (quarto trimestre fiscal da companhia). Tradicionalmente, este é um período de bons ares para a empresa, que contabiliza o lançamento de novos iPhones, registrando uma alta natural nas vendas, perdendo apenas para o último trimestre, quando seus números são impulsionados pelas compras de natal e a Black Friday. Neste ano, no entanto, as notícias não são tão boas assim.

As vendas globais de iPhones estão em queda desde o último trimestre. Neste período de 2015, a Apple havia registrado 48 milhões de celulares vendidos; neste ano, no entanto, o volume foi de apenas 45,5 milhões, com uma queda de 5% nas unidades vendidas e de 13% em faturamento (queda de US$ 32,2 bilhões para US$28,2 bilhões).

A Apple está mantendo uma tendência de declínio após vários anos de ascensão contínua. No primeiro trimestre do ano, foi dado o primeiro sinal negativo: os números estagnaram. Já no segundo trimestre, as vendas caíram, e isso se repetiu neste último período. Muito disso se deve à queda na demanda pelos celulares na China, um mercado onde a Apple cresceu de forma meteórica, mas que agora já não demonstra mais o mesmo interesse.

Apesar de os números do iPhone estarem em queda, eles ainda são gigantescos, muito maiores do que qualquer concorrente é capaz de alcançar no mercado de smartphones. No entanto, a Apple se vê em uma posição peculiar, em que é a única entre rivais que depende quase exclusivamente de seus celulares para manter seus negócios saudáveis. Atualmente, o iPhone representa 60% de tudo que a Apple fatura, e, se a venda de celulares começar a cair muito, a empresa pode estar em maus lençóis.

O iPad também continua em queda livre, só que há muito mais tempo que o iPhone. A empresa vendeu 9,3 milhões de unidades no período, contra 9,9 milhões no mesmo trimestre de 2015, totalizando uma redução de 6% nas vendas. As receitas, no entanto, ficaram estagnadas, mesmo com menos unidades vendidas; sinal de que a Apple está vendendo menos, mas está vendendo mais caro, equilibrando um pouco as coisas. De fato, com a introdução do iPad Pro, a empresa enveredou para os tablets de maior desempenho e, consequentemente, maior custo.

Estes resultados negativos se refletiram nos ganhos da empresa. Se no terceiro trimestre de 2015 a empresa havia faturado US$ 51,5 bilhões, o número caiu neste ano para US$ 46,9 bilhões (redução de 9%). O valor ainda impressiona, mas está em queda, assim como os lucros da companhia. Nos últimos três meses, os ganhos líquidos da companhia ficaram em US$ 9 bilhões contra US$ 11,1 do mesmo período de 2015, com uma queda de quase 19%. Esse percentual, quando falamos em uma escala Apple de valores, é enorme.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital