Uma reportagem da Bloomberg revelou que a Apple tem planos de comprar cobalto diretamente de mineradores. O material é encontrado em grandes reservas na África e é utilizado em uma série de aplicações na indústria da tecnologia, especialmente em baterias de íon de lítio.
Atualmente, a aquisição de cobalto pela Apple passa por uma grande cadeia de fornecedores. O material é coletado por pequenos mineradores, que o vendem para grandes empresas, que o vendem para fabricantes de baterias, que, por fim, o vendem para a Apple e outras marcas.
Segundo fontes da Bloomberg, a Apple teria conversado com empresas de mineração sobre adquirir o cobalto diretamente deles, sem passar por tantos intermediários. Por enquanto, porém, os planos não se desenvolveram em mais do que apenas conversas.
Como aponta o 9to5Mac, eliminar intermediários dessa transação tem duas possíveis consequências. A primeira é a de que a Apple pode garantir para si uma reserva do material que, obviamente, não é infinito. Especialistas dizem que o suprimento de cobalto nas minas africanas pode estar perto do fim.
Com a eletrificação dos carros e a chegada de veículos autônomos, cada vez mais empresas estão de olho em baterias de íon de lítio e, consequentemente, em cobalto. Neste ponto, a Apple poderia garantir preços mais baixos e uma reserva particular do minério por mais tempo diante da concorrência.
Uma outra consequência seria a diminuição de casos de desrespeito a direitos humanos. No passado, empresas que cuidam de mineração de cobalto já foram pegas explorando trabalho infantil e até trabalho escravo em locais sensíveis como as regiões mais pobres do Congo.
A Apple exige que seus fornecedores sigam uma série de regras trabalhistas. Tratando diretamente com os mineradores, a empresa poderia faz auditorias regulares para garantir que casos de exploração se repitam. Com uma dúzia de intermediários no meio do caminho, esse tipo de auditoria é quase impossível.
Mas vale lembrar que as auditorias da Apple também não são 100% eficazes. São frequentes os relatos de excesso de trabalho em fábricas da Foxconn, uma das fornecedoras da Apple na China, mesmo com as constantes auditorias que a empresa norte-americana faz por lá.
Segundo a Bloomberg, as conversas da Apple com mineradores começaram há mais de um ano. Mas, por enquanto, nada ainda foi decidido.