Apple perde (mais) terreno para a Huawei na venda de smartphones na China

Vendas de iPhone caíram 20% no último trimestre de 2018 em relação ao ano anterior; Huawei cresce 23% e se consolida como líder no mercado de smartphones no país
Redação12/02/2019 20h20, atualizada em 12/02/2019 21h06

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As vendas de iPhone na China nos últimos três meses de 2018 caíram 20% em relação ao mesmo período em 2017, de acordo com a International Data Corporation (IDC). E quando o valor é comparada com a venda total de celulares no país, a queda foi de 15%.

A dimiuição dos números coloca (mais um) um sinal de alerta no poder dos celulares da Apple no país que continua a perder terreno para uma poderosa rival local: a Huawei.

O declínio da Apple fez com que sua participação de mercado na China caísse para 11,5%, contra 12,9% um ano antes, de acordo com a IDC. Hoje, é companhia a quarta maior fornecedora do país; no início de 2015 era a primeira.

O CEO da Apple, Tim Cook, apontou a desaceleração econômica na China como culpada do declínio nas vendas do iPhone em território chinês.

Essa desaceleração, somada com a tendência global de troca menos frequente de modelos de celulares entre os consumidores, contribuíram para uma queda de 9,7% nas vendas totais de smartphones na China no último trimestre de 2018.

Em contrapartida, o relatório da IDC mostra que as vendas da Huawei subiram 23% em 2018. Com isso, a companhia é líder absoluta em vendas do setor, com 29% de participação no mercado chinês, segundo o IDC.

“O alto preço do iPhone X em 2017 aumentou a substituição [por outros aparelhos], enquanto os novos modelos de 2018 não têm inovações suficientes para fazer as pessoas os comprarem”, disse o analista da IDC na China, Xi Wang. Ele acrescentou que a Huawei, por outro lado, investiu em tecnologias para tornar seus dispositivos mais competitivos.

A alta aceitação na China explica porque, apesar de seus telefones serem praticamente inexistentes nos Estados Unidos, as vendas globais de smartphones da Huawei cresceram 44% no quarto trimestre de 2018. O valor a classificou como a terceira maior fornecedora do mundo do setor de celulares no ano passado, ficando atrás da Samsung e da própria Apple.

Enquanto a companhia expande e fortalece seu mercado na China, os Estados Unido negociam com países aliados para impedir que seus operadoras de telecom comprem equipamentos de rede 5G da Huawei.

O lançamento de um telefone dobrável  da Huawei, pronto para 5G, é amplamente esperado para o Mobile World Congress, maior evento mobile do mundo, que aconterá em Barcelona no final deste mês.

O sucesso dos smartphones, porém, é uma surpresa para a Huawei. Em dezembro, autoridades canadenses prenderam a diretora financeira da corporação, Meng Wanzhou. A CEO foi acusada de fazer negócios com o Irã durante 2009 e 2014, violando as sanções econômicas impostas contra o país pelos Estados Unidos. Wanzhou foi liberada no dia 11 do mesmo mês e a organização negou todas as acusações contra ela.

Já as vendas de outra fabricante querida do público, a chinesa Xiaomi, caíram 35% no último trimestre do ano passado, segundo a IDC. O relatório apontou poucos novos produtos e decepcionantes vendas de seu principal smartphone, o Mi Mix 3, como motivos para a queda dos números.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital