Apple e Samsung travam nova guerra: a batalha dos emojis animados

Renato Santino04/06/2018 21h32

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A “guerra dos emojis animados” parece ser real. Parece bobo, mas Apple e Samsung, as duas maiores fabricantes de celulares do planeta, que já se digladiaram em várias fases da tecnologia móvel, agora disputam para ver quem consegue criar a melhor representação 3D do usuário para representar suas emoções.

Tudo começou com o Animoji, introduzido com a chegada do iPhone X. O recurso nasceu como uma forma de demonstrar uma tecnologia bastante complexa de reconhecimento facial, com sensores que compreendem o rosto em três dimensões e permitem traduzir expressões faciais em avatares animados, inspirados em emojis como gatos, cachorros e outros.

Era uma função divertida e dispensável, mas gerou algum burburinho, especialmente com os vídeos de “Animoji karaokê”, que fizeram um bom sucesso. A Samsung, no entanto, viu o recurso como um desafio e decidiu ir além. Em vez de apenas replicar a funcionalidade de transformar as expressões do usuário em avatares 3D em formatos de animais, decidiu criar o AR Emoji, que era reconhecia mais do que apenas as expressões: ele também reconheceria o rosto e o digitalizaria, permitindo usar sua própria face como emoji.

Foi uma ideia interessante, mas mal executada, e claramente apressada. O Galaxy S9 não tem os mesmos sensores avançados de reconhecimento facial que o iPhone X, então o escaneamento do rosto não é exatamente preciso. A maioria das análises do celular da Samsung, inclusive do Olhar Digital, concorda que o resultado raramente representa o usuário de forma que ele consiga se identificar com o seu emoji. Nos meus testes, por exemplo, o S9 foi incapaz de reconhecer minha barba, que é talvez o aspecto mais marcante do meu rosto. Além disso, o aparelho permitia opções limitadas de personalização para corrigir possíveis falhas no processo de escaneamento, de modo que o melhor a fazer é não utilizar o recurso. É o típico caso que prova que nem sempre ser o primeiro significa ser o melhor.

Agora, após a chegada do AR Emoji, a Apple retruca no iOS 12. A empresa revelou o Memoji, que é o mesmo conceito: um emoji animado em 3D que pega feições do usuário e reproduz expressões faciais. A diferença é que a Apple parece apostar mais pesado em um visual um pouco mais cartunesco, de modo que o avatar não cai no “Uncanny Valley”, como é chamado o sentimento de estranheza causado por uma representação de um rosto humano que tenta ser fiel à realidade, mas não consegue cumprir seu objetivo.

Mais do que mais simpático, o Memoji parece ser profundamente mais personalizável, oferecendo grande variedade de opções de óculos (ou monóculos), cabelos, tons de pele que são capazes de compensar possíveis falhas na tecnologia de reconhecimento facial. Além disso, o fato de que o Memoji é profundamente integrado ao sistema parece ser uma outra vantagem a favor do recurso na comparação com o AR Emoji. A possibilidade de realizar chamadas em vídeo pelo FaceTime fazendo uso do recurso pode atrair bastante gente; a capacidade de reconhecimento da língua também permite a reprodução de expressões mais complexas, o que também é um ponto a favor.

Agora é esperar para ver o que a Samsung é capaz de fazer para seus próximos lançamentos. Não seria surpresa se o Galaxy Note 9 trouxesse alguma novidade para responder ao Memoji, trazendo alguma evolução sobre o AR Emoji do S9. Para isso, no entanto, talvez seja necessário avançar a tecnologia de sensores de reconhecimento facial.

No fim das contas, no entanto, a tendência é que nenhum desses recursos seja amplamente utilizado, por melhor que sejam. Isso não vai fazer com que as empresas parem de investir em sua melhoria. O motivo para isso é simples: o Memoji e o AR Emoji servem como “Cavalo de Troia” para demonstrar a capacidade dos celulares de lidarem com realidade aumentada, que é uma plataforma na qual a indústria de tecnologia acredita muito. Então você pode apostar que veremos mais emojis animados no futuro.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital