A equipe de futebol americano da Universidade do Alabama lançou um programa de fidelidade que recompensa aqueles espectadores que ficam até o fim do jogo. A iniciativa é uma tentativa de manter os torcedores nas arquibancadas, que ficavam cada vez mais vazias, segundo o técnico da equipe. Alguns, no entanto, questionam a falta de privacidade do experimento.

O New York Times descreve o programa como um “passo orwelliano extraodinário”. Greg Byrne, diretor atlético, no entanto, afirma que poucos estudantes ou funcionários preocuparam-se com a privacidade.

Como funciona

Para participar, os estudantes precisam fazer download do aplicativo para smartphone “Tide Loyalty Points”. Depois, basta acompanhar os jogos para ganhar pontos.

Se assistir a uma partida em casa, 100 pontos de fidelidade são adicionados a sua conta. Fique até o quarto tempo e ganhará 250 pontos adicionais. Os pontos acumulados podem ser trocados por ingressos aos grandes jogos da equipe.

Porém, para saber quando um estudante está ou não no jogo, o aplicativo precisa utilizar ferramentas de rastreamento. A conta de pontos, portanto, é feita a partir de quanto tempo você ficou dentro do estádio. Se sair, o app saberá.

Privacidade

O FanMaker, criador do aplicativo, lançou aplicativos para outras 40 faculdades nos EUA, embora apenas o aplicativo do Alabama inclua rastreamento de localização.

Byrne já demonstrou acreditar que a privacidade não será um problema, pois o rastreamento não continua uma vez que você estiver fora do estádio. Byrne disse ao Times que, se os alunos ainda tiverem alguma dúvida, eles podem simplesmente excluir o aplicativo e baixá-lo novamente na próxima vez que entrarem no estádio.

Muitos outros serviços também utilizam dados de localização para facilitar recursos do aplicativo e oferecem a opção de desativar o rastreamento quando quiser. Byrne apontou que, se você tem um telefone celular, “a menos que esteja no modo avião ou desligado, as empresas de celular sabem onde você está. Então qual o grande problema?”

Adam Schwartz, advogado da Electronic Frontier Foundation, entra em cena para dizer qual o problema. Ele descreve o programa de Alabama como “muito alarmante” e acrescenta que é inapropriado incentivar alunos a abrirem mão dessas questões de privacidade.

Enquanto isso, como reporta o NYT, os alunos do Alabama tiveram outras sugestões sobre como a equipe poderia mantê-los nos jogos por mais tempo.

“Vender cerveja”, disse um deles.

Via: Digital Trends