Um programador criou um aplicativo que usa redes neurais para remover roupas das imagens das mulheres, fazendo com que elas pareçam estar nuas.
O software, chamado DeepNude, usa Inteligência Artificial (IA) sob a imagem de uma pessoa vestida e cria uma nova foto da mesma pessoa nua. Por enquanto ele foi lançado como um site que mostra como a ferramenta funciona, além de um aplicativo para Windows e Linux, que foi liberado no dia 23 de junho.
O DeepNude é o mais recente exemplo de deepfakes gerados pela IA, que podem ser usados, para criar imagens comprometedoras de mulheres inocentes. O software foi descoberto por Samantha Cole, do site Motherboard, e está disponível para download gratuito para Windows, com uma versão premium que oferece imagens com melhor resolução disponível por US$ 99 (R$ 382).
Ambas as versões da ferramenta, gratuita e premium, adicionam marcas d’água aos nudes gerados pela IA, que os identificam claramente como “falsos”. Mas nas imagens criadas pela Motherboard, essa marca d’água é fácil de remover.
Os elementos que são alterados ficam levemente pixelados e embaçados No entanto, o processo em imagens de alta resolução, quando o alvo já está usando roupas mais decotadas, trajes de banho ou intimas, fica bem realista.
Um a reportagem recente do site HuffPost destacou como ser alvo de pornografia e nudez pode prejudicar a vida de alguém. Tal como acontece com o pornô de vingança (revenge porn), essas imagens podem ser usadas para envergonhar, assediar, intimidar e silenciar as mulheres. Existem fóruns onde os homens podem pagar especialistas para criar deepfakes de colegas de trabalho, amigos ou membros da família, mas ferramentas como o DeepNude facilitam a criação de tais imagens em particular e com o toque de um botão.
O DeepNude não é capaz de produzir imagens nuas de homens. Conforme relatado pela Motherboard, se você alimentar uma foto de um homem, a ferramenta simplesmente adiciona uma vagina.
O criador do aplicativo DeepNude, que se identificou como “Alberto”, disse ao Motherboard que ele se inspirou em memórias de revistas em quadrinhos para “especificações de raios-X”, que prometem ser usadas para ver as roupas das pessoas. “Como todo mundo, fiquei fascinado com a ideia de que eles realmente poderiam existir e essa memória permaneceu”, disse Alberto.
Ele diz que ele é um “entusiasta da tecnologia” em vez de um voyeur, e é motivado pela curiosidade e entusiasmo pela IA, assim como pelo desejo de ver se ele poderia ter um “retorno econômico” de suas experiências.
Um aspecto negativo com o qual o Alberto parece estar preocupado é a possível repercussão legal, com o contrato de licença do DeepNude afirmando que “cada imagem editada através deste software é considerada uma brincadeira”. Ele ainda ressaltou que o “serviço de entretenimento” “não promove imagens sexualmente explícitas”, o que é uma afirmação no mínimo absurda de se fazer, dado o nome do aplicativo e suas funcionalidades.
Via: The Verge