* Thiago Rotta
O termo API é a prova de que apenas três letras podem transformar o cenário de negócios digitais. Em frenética expansão, cada vez mais difundidas, as APIs, sigla em inglês de Application Programming Interfaces, em português, Interface de Programação Aplicacional, estão abrindo os caminhos para que uma grande lista de empresas reinvente seus processos no mercado e a experiência junto ao cliente. Por meio das APIs, a ponte para a inovação com produtos e serviços ficou mais curta e sólida. Foi assim que a chamada “Economia das APIs”, em tão pouco tempo, conquistou o mundo.
Mercadologicamente falando, uma API se apresenta como todo novo negócio comercial, que por meio do fornecimento, consumo, integração e agregação de valor aos dados, irá colocar diferentes tipos de produtos e serviços conectados à Internet, à disposição de novos parceiros, clientes e negócios. As APIs consistem em interfaces de programação com capacidades específicas. São funções que podem ser combinadas para desenvolver aplicativos empresariais com tecnologia avançada gerando valor para a sua empresa ou até mesmo dando start a um novo empreendimento. Por que não?
Este formato de negócio movimenta a economia de duas formas: a primeira é garantindo lucro para quem oferece os serviços de API e a segunda é proporcionando vantagens competitivas para aqueles que usam os serviços de API em seu negócio. Logo, a Economia das APIs não está restrita às companhias do mundo digital. Ela abrange todos os negócios em qualquer segmento. Ou seja, uma empresa pode disponibilizar APIs ou consumir APIs de outras corporações, criando uma rede de serviços.
A Economia de APIs apresenta um cenário em que seus três grandes protagonistas saem ganhando: os fornecedores de API, consumidores de API e consumidores finais. Esse é o ecossistema digital alavancado pelas APIs que despertou a atenção do mercado de negócios. Estima-se que em 2018, a Economia das APIs terá um mercado de US$ 2,2 bilhões – estas são estimativas internas da IBM para o mercado conhecido como digitally disruptive services. Segundo relatório da consultora de TI Ovum, o número de empresas que segue um programa de APIs vai aumentar 150% nos próximos dois ou três anos e você não ficará de fora desta transformação digital, claro!
Um caso real no Brasil que exemplifica este conceito é o Mecasei.com, que lançou em abril deste ano a primeira assistente pessoal de casamento do mundo, a Meeka. O aplicativo foi desenvolvido a partir de três serviços do Watson e ajuda os noivos a planejar todos os detalhes do casamento de forma inovadora por meio de diálogos com o casal de maneira amigável e eficaz. Usando a tecnologia desenvolvida pela IBM, o Mecasei aprimorou de forma ágil seu modelo de negócio, que anteriormente tinha a maior parte da sua receita vinda da assinatura dos planos no site e passou a ser de parceria com empresas, como fornecedores de listas de casamento, de eventos e cerimonialistas.
Ficou claro que a API propicia inovação sobre seus dados. Ela também é um atalho para criação de aplicativos mobile, organiza a estrutura de TI, coloca sua marca em novas mídias e integra seus serviços aos de parceiros. Muitos desconhecem, mas as APIs estão em várias plataformas de pagamento online e comércio eletrônico, nos aplicativos de localização e em redes sociais como Instagram, Facebook e Twitter. Estamos vivendo a Economia das APIs e precisamos nos adaptar. Para o consumidor final, as APIs podem passar despercebidas, mas as empresas que não apresentarem uma estratégia consistente nesta área correm o risco de ficar para trás!
*Thiago Rotta é arquiteto de soluções para IBM Watson no Brasil