Análise de DNA busca origens de abelhas ‘arco-íris’; veja fotos

Um dos maiores polinizadores da Austrália parece ter surgido nas regiões tropicais do país e hoje chega até arquipélagos do Pacífico
Vinicius Szafran14/07/2020 18h53, atualizada em 14/07/2020 19h45

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Quando falamos em animais australianos, nossos pensamentos geralmente se voltam para dois grupos: os marsupiais, como coalas e cangurus, animais símbolos do país, e aqueles tão perigosos que parecem ter saído de um filme de terror. Mas a Austrália tem muitos animais interessantes, como essas lindas abelhas “arco-íris”.

Um dos principais polinizadores de plantas do país, essas abelhas coloridas do gênero Homalictus colonizaram muitas regiões da Austrália e do sudoeste do Pacífico. Esses impressionantes animais brilham em tons de azul marinho, laranja e verde dourado, de acordo com o Aussie Bee, um site especializado administrado por uma instituição privada chamada The Australian Native Bee Research Center (Centro de Pesquisa de Abelhas Nativas Australianas, em português). Elas carregam o pólen em finos fios emplumados debaixo de seu abdômen e em suas patas traseiras, segundo o site.

Reprodução

Fêmea de Homalictus hadrander, espécie das Ilhas Fiji. Imagem: James Dorey/Flinders University

Embora estudos anteriores tenham sugerido que as abelhas surgiram na Austrália, os cientistas ainda não haviam examinado a fundo sua história evolutiva. Agora, um novo estudo mostra que, de fato, esses coloridos polinizadores surgiram nas regiões tropicais da Austrália e depois se dispersaram para áreas subtropicais, temperadas e áridas do país, antes de se expandir ainda mais e atingir o Pacífico.

Compreender as origens da abelha e como elas se distribuíram amplamente pelo sudeste da Ásia, Indonésia, Austrália e arquipélagos do Oceano Pacífico, onde agora desempenham “um papel fundamental na polinização”, é importante para entender a evolução desses animais na área, disseram os pesquisadores em seu artigo, publicado na revista Transactions of the Royal Society of South Australia.

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Homalictus tatei, uma espécie mais incomum de abelha. Imagem: James Dorey/Flinders University

James Dorey, coautor do estudo e doutorando na Universidade Flinders, em Adelaide, na Austrália, é fotógrafo e especialista em abelhas nativas. Juntamente com seus colegas, Dorey analisou o DNA mitocondrial (material genético encontrado nas mitocôndrias herdadas pela linhagem materna) de três espécies diferentes de Homalictus da Austrália, Papua Nova Guiné e Pacífico. Observando as variações no DNA de cada espécie, os cientistas podem descobrir sua origem e entender sua dispersão.

Eles descobriram que os animais têm origem tropical, tornando uma dispersão originária da África ou da Antártica, como aconteceu com outras espécies de abelhas do país, algo improvável. O estudo também diz que é possível que as abelhas tenham chegado à Austrália vindas de regiões tropicais da Ásia. Elas então se dispersaram para as outras regiões.

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Macho da espécie Exoneurella tridentate, supostamente originária da Antártica. Imagem: James Dorey/Flinders University

Os cientistas esperam que a compreensão das origens desses animais possa revelar como as mudanças climáticas podem impactar as abelhas no futuro.

Via: Live Science

Vinicius Szafran
Colaboração para o Olhar Digital

Vinicius Szafran é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital