A Amazon tem investido bilhões para que suas operações funcionem rapidamente. Ela gastará mais de US$ 35 bilhões (aproximadamente R$ 140 bilhões) em custos de remessas este ano, mais do que o dobro dos últimos dois anos. O objetivo é conseguir realizar as entregas em apenas 30 minutos. A companhia alertou os investidores de que vai gastar US$ 1,5 bilhão extra neste final de ano, enquanto trabalha na transição para o transporte de um dia para os membros Prime.
“Quando tivermos uma frota de drones completa, você poderá encomendar qualquer coisa e adquiri-la em 30 minutos, se morar perto de um centro que é atendido por drones”, disse Jeff Wilke, CEO da Amazon, à CNN.
A Amazon construiu uma rede de centros de atendimento nos EUA e no mundo. Dentro deles, robôs tornaram os edifícios mais rápidos e econômicos. Eles podem abrir caminho para uma nova era de entregas na mesma hora.
Tudo começou em 2012, quando a Amazon comprou a startup de robôs Kiva Systems, por US$ 775 milhões. Hoje, possui uma frota de 200 mil robôs Kiva sobrecarregando seus centros de atendimento, juntamente com os mais de 500 mil funcionários contratados desde então. Para continuar a acelerar os prazos de entrega, a empresa precisará de ainda mais robôs. Por isso, está testando autômatos que carregam pacotes nas calçadas.
Os primeiros robôs usados pela empresa eram pequenos, usados para deslizar sob uma estante de livros e movê-la até um operador humano. Depois, eles retornavam as prateleiras para um local de descanso. Adesivos com códigos de barras no chão ajudavam os dispositivos a conhecer sua localização e evitar colisões. Antes dos robôs Kiva, os funcionários do comércio eletrônico nos armazéns precisavam caminhar por longos corredores para encontrar produtos nas prateleiras. Antes do fim de 2014, os centros de atendimento da Amazon já abrigavam 15 mil robôs.
O robô foi redesenhado quatro vezes desde a compra da Kiva. Mudanças pequenas permitiram à Amazon aumentar suas estantes. Mais mercadorias são embaladas em armazéns existentes, economizando milhões em novos custos de armazenamento.
Hoje, as ambições da Amazon vão muito além de seus centros de atendimento. As novas equipes operam independentemente do grupo inicial da Kiva Systems. Contudo, a empresa não diz quantos funcionários trabalham em robótica.
A companhia está testando robôs de entrega de quatro rodas que andam nas calçadas. Além disso, ela investiu em uma startup de carros autônomos, e produtos foram vistos sendo transportados por caminhões autônomos. A Amazon passou seis anos desenvolvendo drones, que podem um dia deixar pacotes nos quintais.
Os testes apresentaram algumas dificuldades, como lixeiras bloqueando o caminho, gatos perseguindo os robôs e até mesmo uma forte nevasca em Washington, que obrigou a empresa a interromper sua programação. Embora as calçadas sejam difíceis para as máquinas, voar acima de tudo não chega a ser muito mais fácil. O drone da Amazon terá de evitar fios telefônicos, galhos de árvores, aves e cães patrulhando os quintais.
Com o iminente uso dos robôs, a Amazon enfrenta perguntas sobre os impactos disso nos empregos, além da concorrência de FedEx, Alphabet e UPS, que também investem na entrega com drones. Seu investimento em robótica coincidiu com centenas de milhares de novas contratações. Em 2012, quando comprou a Kiva, a Amazon tinha menos funcionários que Apple e Microsoft e quase o mesmo do Google. Hoje, ela tem mais funcionários do que Microsoft, Google, Facebook e Apple juntos.
No entanto, a Amazon é a única a implantar robôs em escala, colocando-os no centro do debate da automação. A preocupação é que, enquanto contrata funcionários hoje, a empresa estará ansiosa para eliminá-los, principalmente os menos qualificados, assim que os robôs estiverem prontos.
Via: CNN Business