Pesquisadores da Amazon anunciaram um novo recurso para a Alexa que promete tornar as conversas com a assistente virtual mais naturais. Ele se chama “objetivos latentes” e se trata da capacidade de detectar intenções por trás de uma pergunta, mesmo que elas não sejam explícitas.

Por exemplo, se o usuário perguntar “por quanto tempo devo deixar um chá em infusão?” a Alexa pode inferir que o usuário quer preparar uma xícara de chá e, além de responder “cinco minutos”, se oferecer para iniciar um timer.

Da mesma forma, se ele perguntar “como está o tempo em Copacabana?” a assistente pode responder com a temperatura e clima atual, e se oferecer para mostrar imagens ao vivo da praia em uma webcam online.

Segundo os pesquisadores, transições como estas parecem simples, mas exigem um grande número de algoritmos sofisticados para detectar estes objetivos latentes, transformá-los em ações que muitas vezes englobam múltiplas “skills” (habilidades) e apresentá-las aos usuários de uma forma que pareça natural e coesa.

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A assistente virtual Alexa está presente em vários dispositivos da Amazon, como a caixa de som inteligente Echo Dot.

Uma das dificuldades é determinar quando detectar um objetivo latente, já que nem todos os diálogos se prestam a este recurso. Um exemplo de interação inadequada citado pelos pesquisadores ocorreu com um dos primeiros protótipos: o usuário pedia “receitas com frango” e, depois de responder, a Alexa perguntava: “você quer que eu imite uma galinha?”.

O novo recurso já está disponível para todos os usuários do Alexa nos EUA, inicialmente apenas em inglês.

Mudança de hábitos

Daniel Rausch, vice-presidente de smart home na Amazon, afirmou em entrevista ao site Business Insider que o comportamento dos usuários do Alexa durante a pandemia mudou.

Não só o volume de consultas à assistente aumentou, como também o padrão de uso é diferente. “Certamente vemos nos dados que o uso é mais consistente ao longo do dia, contra os ‘vales e picos’ que víamos quando os usuários saiam de casa pela manhã e voltavam ao fim do dia.”

O tipo de questões também é diferente: o pedido por receitas de pão mais do que dobrou entre fevereiro e julho, segundo a empresa. E o uso de apps fitness, como o Peloton, subiu mais de 300%.

Segundo Rausch, “todos temos coisas demais com o que nos preocupar agora”. Portanto, quanto mais a empresa puder fazer para que algumas tarefas “desapareçam” da mente do consumidor, melhor. Mesmo se for algo como “desligar as luzes e a aparelhos da casa antes de dormir, ou ligar um aspirador de pó robótico para que a casa esteja limpa ao chegar”, afirma.