A Airbus apresentou nesta segunda-feira (21) três conceitos de aeronaves de passageiros movidas a hidrogênio. Elas são parte da iniciativa ZEROe, que visa construir a primeira aeronave comercial com impacto zero sobre nosso clima.
Segundo a empresa, os conceitos representam diferentes abordagens rumo a este objetivo, explorando vários caminhos tecnológicos e configurações aerodinâmicas para ajudara empresa a “liderar o caminho para a decarbonização da indústria da aviação”.
A Airbus acredita que o hidrogênio tem “potencial excepcional” como um combustível de aviação limpo, e que ele provavelmente será a solução para que a indústria aeroespacial, e outras, atinjam suas metas de redução do impacto sobre o clima.
Ao contrário dos combustíveis fósseis, o hidrogênio é extremamente abundante (pode ser produzido até mesmo a partir da água) e sua queima não produz gases que contribuem para o efeito estufa, como o dióxido de carbono. O único produto resultante é vapor d’água.
Do três conceitos apresentados, dois são bastante conservadores. O primeiro se parece com os tradicionais aviões a jato (“turbofan”), mas com uma turbina modificada para funcionar com hidrogênio. A aeronave teria capacidade de vôo transcontinental, carregando de 120 a 200 passageiros.
O segundo conceito é um “turboprop”, avião a hélice, também movido a hidrogênio e projetado para rotas regionais, com autonomia de 1000 milhas náuticas (cerca de 1.800 km).
Conceito de “asa voadora” da Airbus, movida a hidrogênio e com capacidade para 200 passageiros. Imagem: Airbus
Mas é o terceiro design o mais interessante: uma “asa voadora“, como no bombardeiro B2 Spirit da Força Aérea dos EUA, onde as asas e a fuselagem se tornam uma peça só, num design com muito espaço interno e que oferece múltiplas possibilidades para organização da cabine e armazenamento de combustível. A capacidade seria de 200 passageiros, com autonomia similar à do turbofan.
“Estes conceitos irão nos ajudar a explorar e amadurecer o design e o layout da primeira aeronave comercial com emissões zero, que pretendemos colocar em serviço até 2035”, disse Guillaume Faury, CEO da Airbus.
“A transição para o hidrogênio como fonte primária de energia para estes aviões conceituais irá exigir uma ação determinada de todo o ecossistema de aviação. Junto com suporte do governo e nossos parceiros industriais podemos aceitar este desafio de levar a energia renovável e o hidrogênio para o próximo nível, produzindo um futuro sustentável para a indústria da aviação”, afirmou.