Acusado de milhares de ligações racistas é multado em US$ 13 milhões

Administrador de uma página de supremacistas brancos programou robôs para realizarem mais de 6 mil ligações com mensagens de ódio para seis estados nos EUA
Renato Mota31/01/2020 19h03

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Scott D. Rhodes, administrador do site supremacista branco norte-americano “Road to Power” terá que pagar uma multa de quase US$ 13 milhões por promover uma campanha racista e antissemita utilizando chamadas automáticas de telefone em seis estados diferente. Foram mais de 6 mil ligações atacando candidatos políticos, ameaçando um jornal e espalhando ódio racial após o assassinato de um estudante universitário por um imigrante ilegal.

De acordo com a Comissão Federal de Comunicações (FCC), órgão regulador da área de telecomunicações dos Estados Unidos, foram seis campanhas, que variavam entre atacar candidatos políticos na Califórnia, Flórida e Geórgia (1.496, 766 e 583 ligações, respectivamente), ameaçando um jornal em Idaho (750 ligações) e divulgando teorias de conspiração sobre um julgamento na Virgínia (2.023 ligações).

No último caso, a FCC diz que as ligações programadas pareciam ter sido projetadas para influenciar o júri do julgamento. Uma das ligações utilizava a voz de uma mulher para imitar uma estudante assassinada, incentivando os destinatários a “matá-los todos”, referindo-se a imigrantes sem documentos. Um imigrante havia sido acusado do assassinato da estudante no mês anterior. Uma das ligações foi recebida pelo pai da vítima.

Rhodes é acusado de falsificar identificadores de chamadas para fazer parecer que as ligações programadas eram provenientes de números locais próximos a seus destinatários. Rhodes terá 30 dias para responder à Justiça, após as quais a FCC votará a imposição da multa de US$ 12.910.000.

O site Road to Power, administrado por Rhodes, já havia sido creditado por chamadas racistas feitas a funcionários da Columbia University, depois que um estudante de primeiro ano foi morto em um assalto.

Via: The Verge

Editor(a)

Renato Mota é editor(a) no Olhar Digital