Acionistas da Amazon votarão para proibir tecnologia de reconhecimento facial

Os acionistas da Amazon preocupam-se com o uso indevido da tecnologia e com o aumento de preconceito racial e ofensas aos direitos civis
Redação15/04/2019 11h38, atualizada em 15/04/2019 12h30

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Os acionistas da Amazon votarão pela proibição da controversa tecnologia de reconhecimento facial da empresa na próxima semana. Liderados pela organização sem fins lucrativos, Open MIC, os acionistas pediram que a empresa pare de vender as ferramentas de aprendizado para outras companhias até que fique comprovado que a tecnologia “não causa ou contribui para violações reais ou potenciais dos direitos humanos”.

A União das Liberdades Civis Americanas (ACLU) testou a tecnologia da Amazon e concluiu que ela combinava erroneamente 28 membros do Congresso com supostos criminosos, tendo dificuldade principalmente para identificar rostos negros.

Tecnicamente, uma votação dos acionistas pela proibição do uso da tecnologia de reconhecimento facial não causaria uma mudança imediata, visto que são raramente aprovadas pelo conselho. Mas, ainda assim, isso daria credibilidade às alegações de investidores ativistas de que a tecnologia poderia “pôr em perigo ou violar a privacidade ou os direitos civis e afetar desproporcionalmente pessoas de cor, imigrantes e ativistas”.

A Amazon disse que a tecnologia ajuda a identificar criminosos e pessoas desaparecidas, acrescentando que não recebeu nenhum relatório de uso indevido desde que se tornou disponível em 2017. Porém, em conjunto com a Microsoft, a empresa pediu que a tecnologia seja regulamentada e fiscalizada pelo governo. “É fundamental que qualquer legislação proteja os direitos civis e, ao mesmo tempo, permita a inovação contínua e a aplicação prática da tecnologia”, escreverem eles.

O reconhecimento facial aprofundado poderia ser utilizado para varrer multidões e identificar se existem, entre eles, rostos de criminosos ou de pessoas desaparecidas. A ACLU e outros países, contudo, estão preocupados que ela possa ser utilizada para identificar e punir ativistas ou pessoas que paticipam de atos legais mas contra o governo.

“A nova tecnologia não deve ser banida ou condenada por causa de seu potencial uso indevido; em vez disso, deve haver um diálogo aberto, honesto e sincero entre todas as partes envolvidas para garantir que a tecnologia seja aplicada de maneira apropriada e que seja continuamente aprimorada”, posicionou-se a Amazon. A empresa pediu também que os acionistas votem contra uma proibição, portanto, votar a favor pode ser muito importante para enviar uma mensagem.


Via: Engadget

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital