A Pepsi já lançou uma promoção que prometia dar um avião caça

Foi em 1995 e quem atingisse 7 milhões de pontos supostamente ganharia uma aeronave. O estudante John Leonard resolveu tentar
Redação13/05/2019 12h24, atualizada em 13/05/2019 13h30

20190513092245

Compartilhe esta matéria

Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Em 1995, a Pepsi promoveu uma campanha em que os clientes podiam ganhar pontos e trocá-los por produtos. No vídeo de divulgação, fica claro que a pontuação máxima seria 7 milhões, algo muito difícil de ser alcançado. Foi estabelecido, então, que o prêmio para quem a obtivesse seria um caça Harrier — uma aeronave de ataque, capaz de fazer pousos e decolagens verticais e curtos.

A campanha, chamada de “Drink Pepsi, Get Stuff”, permitia que os clientes ganhassem pontos com a compra de bebidas da marca. Depois, eles podiam ser trocados por outros produtos — de camisas a bonés.

Em setembro do mesmo ano, o estudante de administração John Leonard, de 21 anos, decidiu investigar a história. Ele chegou a uma conclusão surpreendente: a Pepsi realmente oferecia o caça (avaliado em mais de US$ 30 milhões) pelos 7 milhões de pontos. Em outras palavras, se cada garrafa de dois litros da bebida custasse US$ 1 e concedesse 1 ponto (algumas garrafas ou latas davam mais pontos), o Harrier só custaria US$ 7 milhões.

Em seguida, Leonard procurou um catálogo oficial de prêmios da Pepsi. O Harrier não aparecia, mas ele achou que, se o tinham anunciado, deveria ser verdade. Ele constatou que, se alguém já tivesse 15 pontos, poderia comprar um número ilimitado de pontos adicionais por US$ 0,10 centavos por ponto. Isso significava que o Harrier custaria apenas US$ 700 mil.

Levou vários meses, mas, em março de 1996, Leonard enviou os 15 pontos de Pepsi com um formulário. Ele escreveu “um lutador Harrier” na descrição do item e anexou um cheque de US$ 700 mil para pagar pelos pontos restantes. Além disso, acrescentou seu endereço e esperou pacientemente pela chegada da aeronave militar da marinha.

Obviamente, isso nunca aconteceu. A Pepsi enviou o cheque com uma carta explicando que o Harrier não era “parte da promoção” nem havia sido incluído no catálogo de prêmios — a inclusão no anúncio havia sido meramente uma “fantasia”. A carta também incluía cupons para pedir desculpas por “qualquer mal-entendido ou confusão”.

Leonard havia convencido investidores a o apoiarem e, quando recebeu a resposta da Pepsi, acionou seu advogado para responder à empresa. “Se não recebermos instruções sobre a transferência em dez dias úteis a contar da data desta carta, não nos restará outra opção exceto apresentar uma ação contra a Pepsi”.

A empresa, em vez de responder diretamente, enviou a carta aos responsáveis pelo anúncio. E eles responderam a Leonard: disseram que era difícil acreditar que alguém realmente tivesse levado a propaganda a sério. Para evitar futuros desentendimentos, a companhia mudou a quantidade de pontos da campanha de 7 milhões para 700 milhões.

O caso durou vários anos e foi amplamente divulgado pela mídia. Em 1999, o litígio foi encerrado com a conclusão de que “nenhuma pessoa razoavelmente objetiva poderia ter concluído que o anúncio realmente oferecia um caça Harrier aos consumidores”.

Via: Gizmodo

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital

Ícone tagsTags: