Poucos jogos são tão emblemáticos e tem uma franquia tão poderosa como Resident Evil. Com diversos títulos lançados, a saga completa 20 anos nesta terça-feira e continua conquistando quem deseja solucionar puzzles complicados, escapar das mordidas de zumbis sanguinários e derrotar chefes amedrontadores. Ao todo já foram 66 milhões de unidades vendidas no mundo todo.

Trilogia inicial

Já remasterizado para Playstation 4, o jogo saiu 1996 para Playstation no Japão com nome “Biohazard” e no ocidente sob a alcunha “Resident Evil”.

No enredo, o esquadrão tático Special Tactics And Rescue Squad, S.T.A.R.S., é enviado até a Arklay Mountain, localizada na cidade de Raccoon City, para investigar um caso de assassinato em uma mansão do local. No entanto, a equipe enviada, a Bravo, perde contato com a base e o departamento policial resolve mandar outro time de policiais para resgatá-los, a equipe Alpha comandada por Albert Wesker.

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Na pele de Chris Redfield ou de Jill Valentine, o jogador descobre que a mansão está infestada de zumbis. Com pouca munição e muitos segredos para decifrar, os players precisam saber a hora certa entre atacar e fugir.

Uma das maiores características da franquia, ao menos nas primeiras versões, é de que o jogador não podia simplesmente salvar a qualquer momento. Para fazer isso, é necessário coletar cartuchos de tinta ao logo da campanha e utilizá-los em máquinas de escrever espalhadas pelo mapa. Dessa forma, o número de “saves” é limitado, sendo preciso economizar os cartuchos para situações realmente necessárias.

Os dois games seguintes, também lançados inicialmente para o primeiro console da Sony, contam com novos personagens e mostram uma Raccoon City devastada por zumbis. Com liberdade para explorar diversos edifícios da cidade, os jogadores precisam vasculhar cada canto para encontrar itens como, chaves, ervas, cartões, cartuchos de tinta, mapas.

Os zumbis estão presentes e agora mais inteligentes. Outra possibilidade é a de confrontar o chefe Nemesis, monstro gigantesco que aparece em alguns momentos para atrapalhar a vida dos heróis. No terceiro título um elemento novo é adicionado e possibilita a escolha de ações que alteram o enredo do jogo.

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Ataque dos ganados

Em “Resident Evil 4”, lançado para Playstation 2 em 2006, estamos no comando de Leon S. Kennedy, um agente secreto do governo dos Estados Unidos que é enviado em uma missão para resgatar a filha do presidente norte-americano, a garota Ashley Graham que foi sequestrada e está na Espanha.

Ao longo do jogo, Leon descobre que a vila está infestada por ganados, uma espécie de zumbi mais forte e capaz de empunhar armas. Eles são controlados por Osmund Saddler, líder de um culto religioso que deseja infestar o mundo com a doença que transforma humanos em mortos-vivos.

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Uma dos detalhes mais marcantes do jogo é a possibilidade de adquirir armas, munição, ervas e outros tipos de itens com um mercador local que aparece em alguns momentos do jogo. Para comprar, é preciso gastar moedas encontradas em barris, malas e nos corpos dos inimigos mortos.

África infectada

Tal como no game anterior, em “Resident Evil 5” os zumbis tradicionais da primeira trilogia foram substituídos por monstros mais inteligentes e que utilizam até armas de fogo. Produzido em 2009 para Playstation 3, Xbox 360 e PC, a aventura se apresenta a cidade de Kijuju, na África.

Comandando Chris Redfield, que agora trabalha em um órgão de combate ao bioterrorismo, o jogador precisa impedir que Wesker libere um novo vírus na atmosfera que possa contaminar todo o mundo.

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O maior diferencial do título são os gráficos melhorados em relação aos antecessores e também a boa dose de emoção. Com menos puzzles, o game traz um protagonista cansado de lutar e arrependido por ações que tomou no passado. 

Histórias e escolhas

“Resident Evil 6” chegou ao mercado em 2012 também para Playstation 3, Xbox 360 e PC trazendo mais uma revolução na franquia. Podendo selecionar entre três personagens diferentes para jogar, os players podem vivenciar três enredos alternativos ao escolher entre Leon S. Kennedy, Chris Redfield ou Jake Muller. Há também a possibilidade da jogatina ser feita com Ada Wong, mas dessa vez de forma solitária.

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O sexto jogo também apresenta o recurso multiplayer online ou local em que é possível controlar o parceiro do herói principal durante a campanha. Ao jogar sozinho, o ajudante é controlado por inteligência artificial. Além disso, o game também conta com jogabilidade inédita e que foi criticada pela imprensa especializada por abandonar os modelos anteriores que fizeram sucesso.

Vale lembrar que a segunda trilogia da série será relançada para Playstation 4 e Xbox One.   

Spin-offs

Além dos seis jogos principais, a série de horror ainda ganhou os títulos “Code: Veronica”, lançado inicialmente para Dreamcast em 2000 e “Resident Evil: Zero”, para GameCube com lançamento em 2002. Enquanto o primeiro conta a história de Claire Redfield, irmã de Chris, três meses após os acontecimentos do segundo título da saga, “Zero” traz os acontecimentos anteriores ao primeiro título da saga, quando alguns zumbis já estão a solta em um mundo que ainda não foi destruído.

A série “Revelations” veio com dois jogos. Lançado inicialmente para Nintendo 3DS em 2012, a história do capítulo inicial acontece entre o quarto e o quinto jogos da franquia após a criação da Bioterrorism Security Assessment Alliance (BSAA) em que Jill Valentine é enviada para encontrar o agente Chris Redfield, desaparecido em uma missão na região do Mar Mediterrâneo.  

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O segundo capítulo veio ao mundo em 2015 para diversas plataformas, entre elas Playstation 3 e 4 e Xbox 360 e One. Dessa vez a personagem controlada é Claire Redfield que é levada até uma ilha junto com a adolescente Moira Burton e precisa escapar do local com vida.

Diversos outros jogos também foram produzidos ao longo de duas décadas. “Resident Evil: The Umbrella Chronicles” e “Darkside Chronicles”, por exemplo, foram lançados para Wii e Playstation 3, em 2007 e 2009, respectivamente. A série “Outbreak” chegou ao mercado no biênio 2003-2004 para Playstation 2. E a coleção “Gun Survivor” veio nos primeiros quatro anos do segundo milênio para Playstation e Arcade.

Para dispositivos móveis, “Biohazard: The Operations” chegou em 2005 para iPhone. “Resident Evil: The Missions”, e “Resident Evil Confidential Report” são outros que também foram lançados para smartphones.

No cinema

Resident Evil chegou às telonas em 2002 com uma história não tão fiel ao contexto do game. Ao invés de Jill Valentine, Chris Redfield e Albert Wesker, os telespectadores acompanham Alice (Milla Jovovich) acordar em uma mansão em Raccoon City nua e sem memória. Um esquadrão da empresa Umbrella Corporation é enviado para resgatá-la e desligar o sistema de proteção dos laboratórios da Umbrella que ficam localizados no subterrâneo do local.

Um dos fatos que pode não agradar os fãs do jogo de videogame é que a personagem Alice além de não existir nos games, ainda mostra ter poderes sobrenaturais nos filmes da série. Mesmo assim, os filme conquistaram boas bilheterias.

Ao todo, cinco filmes foram produzidos. Após o primeiro, vieram “Resident Evil: Apocalypse” (2004), depois “Resident Evil: Extinction” (2007), “Resident Evil: Afterlife” (2010) e “Resident Evil: Retribution” (2012). Nos quatro filmes posteriores alguns personagens do game foram apresentados, como Jill Valentine, Chris e Claire Redfield e Leon S. Kennedy, por exemplo. O capítulo final da franquia deve chegar em 2017 e está intitulado como “Resident Evil: The Final Chapter”.

Além desses, duas animações dirigidas por Makoto Kamiya foram foram produzidas em 2008 e 2012 com os nomes de “Biohazard: Degeneration” e Biohazard: Damnation”.

Na literatura

Há diversas obras literárias que abordam o universo da franquia aniversariante. Para quem deseja conhecer mais sobre os segredos de Raccoon City, uma boa indicação de leitura é a série de livros do game escrita por S. D. Perry. Os livros também contam com versões traduzidas para o português.

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