Ônibus movido a veneno de insetos pode começar a rodar ainda neste ano

Redação05/07/2017 12h37, atualizada em 05/07/2017 13h00

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Uma equipe de estudantes da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, na Holanda, criou um ônibus que usa ácido fórmico – um veneno usado por insetos como formigas e abelhas – como combustível. O projeto, segundo a equipe que o desenvolveu, está em fase final de testes, e seus criadores esperam colocá-lo nas ruas até o fim de 2017.

O ônibus tem um motor elétrico acoplado a uma espécie de “trailer” que fica enganchado na traseira do veículo. Esse trailer recebeu o nome de “REX”, abreviação de “range extender” (extensor de alcance), e contém o combustível do ônibus, chamado de “Hidrozina”. Trata-se de uma mistura de 99% de ácido fórmico com 1% de um agente químico não especificado, que os estudantes afirmam que melhora a performance do combustível. Embora apareça na natureza, o ácido fórmico (CH2O2) também pode ser produzido industrialmente de maneira simples e barata, como ressalta o Engadget.

Vantagens

As vantagens desse sistema, segundo os pesquisadores, são diversas. A hidrozina tem uma densidade energética quatro vezes maior do que as baterias de íons de lítio. Ou seja, a quantidade de hidrozina que cabe no mesmo espaço que uma bateria dessas ocupa permite que o ônibus rode quatro vezes mais. E, como se trata de um líquido, a hidrozina pode utilizar equipamentos e componentes que já são usados nos ônibus atuais.

Fora isso, o sistema é quase totalmente limpo do ponto de vista ambiental. A queima da hidrozina produz gás carbônico, que é um gás estufa, mas esse gás é usado também no processo de produção do ácido fórmico, então ele acaba sendo menos nocivo. E, com relação ao hidrogênio usado em alguns veículos, ele é mais barato de se produzir e transportar (por não ser um gás) e mais seguro (por ser menos explosivo e não precisar ser armazenado em alta pressão).

Transporte limpo

Segundo a equipe que desenvolveu o projeto (e que se autonomeou “team FAST”), mais detalhes serão apresentados amanhã, 6, na própria universidade. A expectativa é que os testes finais sejam concluídos a tempo de colocar o ônibus para rodar ainda neste ano.

Combustíveis alternativos e limpos vêm se tornando cada vez mais populares: a China já tem um trem movido a hidrogênio, por exemplo, e a Alemanha deve inaugurar um em breve. A Toyota também está testando sistemas de hidrogênio capazes de mover caminhões. A Mercedes, por sua vez, tem estudado o uso de sistemas autônomos de direção para reduzir o consumo de combustível dos seus ônibus.

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital