‘Libra falhou’, diz presidente da Suíça sobre moeda digital do Facebook

'Criptomoeda' começa o ano da mesma forma que terminou 2019: rodeada de polêmicas e desconfiança
Equipe de Criação Olhar Digital02/01/2020 19h15

20191021025828
Publieditorial

O ano de 2020 chegou e já está com cara de 2019 para a Libra, a polêmica moeda digital do Facebook, que segue com futuro incerto. Não demorou nem dois dias para que o projeto voltasse a ser atacado – desta vez, pelo presidente da Suíça, Ueli Maurer.

Em entrevista à emissora suíça SRF, o presidente e ministro das Finanças do país disse que o projeto falhou. Maurer não acredita que os bancos aceitarão a Libra em sua forma atual: “Eu não penso que a Libra tem uma chance com este modelo, porque os bancos centrais não aceitarão a pilha de moedas formando sua base. O projeto, nesta forma, falhou”.

E se os bancos centrais não precisarem aceitá-lo? Ainda é desconhecido se o Facebook teria problemas com uma eventual recusa dos bancos. Isso porque as trocas de ‘criptomoedas’ permitem que os usuários convertam seus ativos digitais em moeda fiduciária sem a participação das instituições.

O anúncio original do Facebook afirmava que a Libra seria lançada em algum momento no início de 2020. No entanto, dada a falta de apoio de reguladores financeiros, isso não parece provável. O plano original era para um pacote de moedas fiduciárias para apoiar a criptomoeda, incluindo dólares americanos, euro e libra esterlina. Em teoria, essas “parcerias” ajudariam a estabilizar seu valor.

O projeto de criar uma moeda própria do Facebook, a Libra, está sob ameaça desde que foi anunciada. Os membros do Conselho da Associação Libra, com sede na Suíça, criticaram a proposta por não ter um plano de lançamento coerente. Além disso, reguladores da União Europeia desafiaram o projeto, e o Senado dos Estados Unidos entrou em conflito com a moeda em uma série de audiências.

Há tanto drama em torno do projeto, que parece mais uma novela do que uma moeda digital. Com a declaração de Maurer, parece que o Facebook precisará voltar ao trabalho se quiser satisfazer governos e órgãos reguladores relevantes.

Fonte: The Next Web