Para muita gente, conseguir usar o PC para rodar jogos em resolução 4K ainda é um sonho distante. Mas para o canal do YouTube Linus Tech Tips, 4K já é coisa do passado. O canal montou um esquema para rodar jogos em 16K, uma resolução 64 vezes mais alta do que a de um monitor Full HD, e usou um total de 16 monitores 4K no processo.

Os 16 monitores ficaram organizados em uma bancada customizada feita pela empresa IC Table. Cada um deles media 27 polegadas e era capaz de mostrar imagens em resolução 4K a 60 quadros por segundo. Isso fez com que o display resultante da junção deles tivesse um tamanho total de 108 polegadas; a estrutura toda media mais de três metros de altura.

Ligar os monitores exigia um total de 1.100 W de potência. Foram usados 32 cabos, que mediam ao todo mais de 90 metros, para ligar os monitores ao computador e sincronizá-los. O resultado, com os monitores em funcionamento, pode ser visto abaixo:

Debaixo do capô

A máquina que ficou encarregada de fazer todo esse sistema funcionar era relativamente simples, se comparada à complexidade do arranjo das telas. O canal usou uma placa-mãe Rampage 9 Extreme Edition 10, um processador Intel Core i7 6900K e 32 GB de RAM DDR4. O destaque ficou por conta das quatro placas Nvidia Quadro P5000 em configuração SLI.

Foram usadas placas Quadro – da linha profissional da Nvidia, em vez da linha gamer – por dois motivos. Primeiro, para atingir seu objetivo, o canal precisaria de muita memória RAM de vídeo, e são as placas Quadro as que mais têm esse tipo de memória (cada uma das P5000 tem 16 GB de VRAM).

Mas além disso, as placas Quadro podem ser conectadas ao módulo QuadroSync 2, que utiliza uma tecnologia chamada Mosaic para sincronizar as imagens dos 16 monitores. Sem isso, cada um dos monitores se atualizaria em taxas diferentes e momentos diferentes, o que tornaria a experiência de usar o PC monstruoso ainda mais incômoda.

No total, o sistema conseguiu exibir uma resolução de 15.360 por 8.640 pixels – 132.710.400 pixels ao todo, em cada quadro. Considerando que a resolução 4K traz quatro vezes mais pixels que a resolução Full HD, e que a resolução 8K traz quatro vezes mais que a 4K, a resolução atingida foi de 16K.

Os resultados

Embora tenha sido um esforço extremo sincronizar os monitores e fazer todo o sistema funcionar, os resultados dele para games ficaram bem aquém do esperado. O principal motivo disso foi uma falta de memória RAM de vídeo: como ele precisava carregar volumes monumentais de dados a cada quadro, mesmo os 64 GB de VRAM com os quais o computador estava equipado foram insuficientes.

Inicialmente, o canal testou seu PC monstruoso em “Minecraft”. O jogo ficou entre 40 e 50 quadros por segundo na resolução 16K. “Rise of the Tomb Raider”, por sua vez, não teve o mesmo sucesso. O jogo ficou absolutamente impossível de jogar, com o sistema renderizando, a muito custo, um quadro por segundo nessa resolução. Mas – vale notar – a Lara Croft do jogo ficou praticamente em escala 1:1.

Surpreendentemente, o jogo “Half-Life 2” também foi bem renderizado pelo sistema e funcionou bem em resolução 16K. A performance do jogo ficou estável e ele era perfeitamente jogável. O mesmo aconteceu com “Civilization V”. O jogo rodou a aproximadamente 20 quadros por segundo, mas obrigou o jogador a lidar com menus completamente fora de escala, que ficavam minúsculos e praticamente ilegíveis diante da resolução da tela.