Se você acompanhou o noticiário nos últimos meses, sabe que tem um evento chacoalhando a cotação do dólar conhecido como eleições. Poucas vezes a moeda americana esteve tão cara no Brasil, e a incerteza diante do resultado do pleito pode fazer com que a moeda dispare ainda mais no futuro. Isso significa que alguns hábitos dos brasileiros ficaram mais caros.
Para começar, viajar ficou mais caro, já que o dólar é referência para reserva de passagens e hospedagem fora do Brasil. No entanto, a compra de eletrônicos, que é um hábito recorrente entre os viajantes, tem ficado cada vez menos vantajosa diante dessa situação.
Vamos começar olhando para o iPhone, que é um dos produtos mais procurados pelos brasileiros quando vão aos EUA. Como os valores listados por lojas americanas não computa o imposto sobre a venda, que é calculado de forma diferente em cada região do país, vamos incluir no cálculo o imposto de 6,5%, referente ao que é cobrado em Orlando, um dos destinos mais populares entre os brasileiros. Também vamos levar em conta o dólar turismo de R$ 4,28 para fazer o cálculo.
Modelo |
Preço mais baixo no Brasil |
Preço nos EUA |
iPhone 7 |
R$ 2.500 |
R$ 2.500 |
iPhone 7 Plus |
R$ 2.900 |
R$ 3.050 |
iPhone 8 |
R$ 3.500 |
R$ 3.180 |
iPhone 8 Plus |
R$ 3.500 |
R$ 3.640 |
iPhone X |
R$ 5.200 |
R$ 4.550 |
Como é fácil perceber, o dólar fez com que os preços no exterior disparassem e se aproximassem do preço cobrado pelo iPhone aqui. Em alguns dos casos, está realmente valendo mais a pena comprar por aqui, especialmente se você computar os custos de uma viagem na aquisição. Vamos ver agora a situação do Galaxy S9:
Modelo |
Preço mais baixo no Brasil |
Preço nos EUA |
Galaxy S9 (64 GB) |
R$ 3.150 |
R$ 2.590 |
Galaxy S9+ (64 GB) |
R$ 3.520 |
R$ 2.685 |
A diferença no caso do S9 se faz mais notável do que no caso do iPhone, com a diferença de preço entre Brasil e EUA sendo significativa e chegando a quase R$ 1.000.
Consoles de videogame também costumam ser um dos itens favoritos de quem sai do Brasil, porque a carga tributária realmente faz com que a discrepância de preços seja bem alta aqui e lá fora. O cálculo será feito nos mesmos termos do iPhone: com dólar turismo a R$ 4,28 e acrescentando 6,5% do imposto sobre as vendas. O preço brasileiro é o mais barato que conseguimos encontrar na internet, incluindo o Mercado Livre, mas levanto em conta apenas os vendedores que receberam a avaliação de “Melhores Vendedores” do site.
Modelo |
Preço mais baixo no Brasil |
Preço nos EUA |
Nintendo Switch (32 GB) |
R$ 1.700 |
R$ 1.360 |
PS4 Slim (1 TB) |
R$ 1.850 |
R$ 1.360 |
PS4 Pro (1 TB) |
R$ 2.300 |
R$ 1.810 |
Xbox One S (1 TB) |
R$ 1.400 |
R$ 1.360 |
Xbox One X (1 TB) |
R$ 2.700 |
R$ 2.274 |
A comparação nos casos do Xbox One S e do PS4 Slim fica um pouco complicada. Isso porque as versões mais baratas que encontramos no Brasil ainda têm 500 GB de armazenamento. Essas unidades já foram aposentadas nos EUA; por lá, só podemos encontrar a versão de 1 TB.
De qualquer forma, a comparação entre modelos mostra que ainda está valendo a pena comprar consoles fora do Brasil, mas a diferença não é muita. Com a possibilidade de parcelamento das compras por aqui e garantia local, talvez seja até mais vantajoso adquirir os produtos no Brasil, mas fica a critério do comprador pesar esses benefícios contra um valor um pouco mais alto.
Também é importante observar um fator que muitos não levam em conta na hora de comprar um produto lá fora. A maior parte dos produtos comprados no exterior por mais de US$ 500 devem ser declarados na entrada no Brasil, o que pode incorrer no imposto sobre importação. O Olhar Digital já explicou como funciona esse processo neste link.
No fim das contas, fica claro: se o dólar continuar subindo assim, logo será mais vantajoso comprar tudo que é eletrônico por aqui mesmo, mas só por um tempo. Isso porque os produtos que já foram importados não têm mais seu preço oscilando com base no dólar, já que já entraram no Brasil com uma cotação mais barata. Só que os produtos que estão para chegar terão seus preços atrelados a um novo dólar, consideravelmente mais caro.