Steam deixa de aceitar pagamento em bitcoins devido à volatilidade da moeda

Renato Santino06/12/2017 23h37, atualizada em 06/12/2017 23h40

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A bitcoin pode ser o ativo especulativo do ano, talvez até da década, mas a criptomoeda tem alguns problemas sérios para se estabelecer como o substituto digital do dinheiro, motivo pelo qual ela foi criada. Um exemplo disso é o fato de que a loja de games Steam anunciou que vai parar de aceitar pagamentos com a moeda.

A justificativa no blog oficial da Valve são duas: as altas tarifas nas transações do tipo e a volatilidade da bitcoin, que pode despencar em um dia e disparar novamente em outro. Segundo a companhia, quando o Steam começou a aceitar pagamentos em bitcoin, o custo por transação era de US$ 0,20, mas agora disparou para US$ 20.

Esse valor precisaria ser embutido no valor pago pelos jogadores que estão fazendo as compras no Steam. Para complicar ainda mais, se a bitcoin desvalorizar no período em que a transação é validada, o usuário ainda teria que pagar mais uma quantia para inteirar o preço.

Outro problema está em caso de valorização súbita durante o processo de completar a transação. O usuário teria direito a um reembolso do valor excedente, mas ainda assim teria que lidar com uma nova incidência dessa tarifa absurda de US$ 20 por transação. Há ainda mais um cenário no qual o Steam ou o usuário tentam cobrir a diferença de valor e o valor da bitcoin muda novamente, causando mais transtornos.

A desistência do Steam mostra o problema da bitcoin para se tornar uma moeda válida nos dias atuais. Moedas precisam de estabilidade para que seu valor seja compreendido pela sociedade para permitir que a parte compradora e a parte vendedora entrem em acordo sobre qual é o preço de um produto ou serviço. O Steam diz que pode reconsiderar a aceitação da bitcoin no futuro, se a criptomoeda se estabilizar, mas nesse momento sua utilização como meio de pagamento é apenas um transtorno para o consumidor, que acaba lidando com custos extras tanto em caso de valorização quanto desvalorização.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital