Se você tinha expectativas de que o Switch, próximo console da Nintendo, teria os gráficos mais realistas e detalhados do mercado, não se anime tanto assim. Duas fontes que preferiram não se identificar informaram ao VentureBeat que o “console portátil” da empresa japonesa terá menos poder de processamento gráfico que o PlayStation 4 tinha em seu lançamento, em 2013.

De acordo com as fontes, o dispositivo utilizará um processador de gráficos Tegra, da Nvidia, com a arquitetura Maxwell. Trata-se de uma arquitetura já ultrapassada, superada pela Pascal, que vem sendo empregada nas placas de vídeo mais recentes da empresa. Por isso, a probabilidade de que o sistema consiga reproduzir os gráficos de alta fidelidade de jogos do PS4 e do Xbox One é muito pequena.

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O motivo para isso, segundo as fontes, seria o tempo: a Nintendo quer lançar o Switch logo, e não quer esperar pela versão do Tegra com a arquitetura Pascal. A empresa teria medo de que, caso optasse por esperar, uma concorrente pudesse lançar um produto semelhante antes, roubando o pioneirismo do Switch. Por isso, a empresa do “Super Mario” teria preferido usar uma versão modificada do chip com arquitetura Maxwell.

Ainda segundo o VentureBeat, no modo portátil, o console rodaria jogos na sua tela de 6,2 polegadas a uma resolução de 720p. Para economizar bateria, o aparelho ainda poderia baixar a resolução para 540p – a mesma do PlayStation Vita – e fazer upscaling para 720p.

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Preocupante?

Embora a opção por um processador com arquitetura antiga seja incomum, ela é compreensível. Os processadores gráficos com arquitetura Pascal, da Nvidia, só foram lançados em 2016, e a Nintendo não teria tempo de desenhar um console em volta deles para lançar em 2017. Além disso, a versão do Tegra com arquitetura Maxwell que a empresa usa é modificada e provavelmente rodará a uma velocidade maior que a original, garantindo que o sistema não fique muito defasado em termos de gráficos.

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Também é necessário considerar que o Tegra foi originalmente planejado para funcionar em aparelhos portáteis. É possível que a Nintendo programe o chip para rodar mais rapidamente quando o Switch estiver acoplado a uma fonte fixa de energia e reduza sua potência quando ele estiver em “modo portátil”. Essa modificação permitiria extrair mais performance do processador gráfico.

Fora isso, gráficos fotorrealísticos não têm sido prioridade nos últimos lançamentos da Nintendo e, ao menos no caso do Wii, eles não impediram que o console vendesse muito bem. O analista de mercado Jon Peddie disse que não vê “a estratégia da Nintendo como um risco”. “Se a Nintendo conseguir embalo com isso, nós prevemos a venda de 5 milhões de unidades até o fim de 2017”, continuou.

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Como o Ubergizmo opina, ainda não está claro se essa escolha de hardware afetará consideravelmente a performance do console: pode acabar sendo uma questão semelhante à escolha de hardware dos iPhones (que seguem sendo os smartphones mais potentes do mercado). A Nintendo pretende compartilhar mais informações sobre o console no dia 12 de janeiro.