O Star Wars é uma das franquias de maior sucesso no mundo, sendo que ela possui livros, filmes, séries e diversos outros meios para contar suas histórias. Por sua vez, no mundo dos games, o Star Wars acaba sendo bem popular também, tendo o seu primeiro jogo lançado ainda no começo dos anos 80 para máquinas de fliperama e alguns consoles da época.
Já neste ano, de forma até surpreendente, surgiu o “Star Wars: Squadrons”, que como o nome sugere, coloca os jogadores no controle das naves mais famosas que tanto fizeram história no cinema e neste universo. O Olhar Digital recebeu uma cópia do jogo para testes e te conta a seguir o que achou dele.
História e missões
Na parte da história, a EA tomou uma decisão bem interessante que deve agradar a muitos jogadores, apesar de também cometer certos deslizes. Diferente da maioria dos jogos, o maior ponto positivo aqui é que, ao invés de ver a história apenas por um ponto de vista, você joga tanto pelo império quanto pelos rebeldes, o que te dá a chance de entender a motivação de cada um deles para suas ações.
Apesar de fazer parte do universo de Star Wars, no Squadrons, você até chega a encontrar alguns personagens famosos do cinema, desenhos e livros, mas eles não ficam tanto em evidência, pois a maior parte de suas interações serão com personagens criados para o jogo. Ainda assim, se tivéssemos que parar para encaixá-lo em algum episódio, provavelmente, ele estaria perto do episódio 6, uma vez que ele mostra a segunda estrela da morte já destruída e a Nova República.
De forma geral, a história de “Star Wars: Squadrons” é bem interessante e te motiva a jogá-lo até o fim para saber o que acontecerá. Apesar disso, pessoalmente, achei que os personagens criados para ele não possuem tanto carisma e também gostaria que mais detalhes da trama fossem revelados.
Por exemplo, antes das missões começarem, você tem o “briefing”. Ali, eles explicam tudo o que está ocorrendo e por que você entrará em uma missão, mas os detalhes são escassos e algumas cenas mais “cinematográficas” fazem certa falta para dar um charme a história.
E, além das falas no briefing, em alguns momentos, o “Star Wars: Squadrons” te deixa falar com outros personagens, geralmente no hangar. Entretanto, apesar desta ideia ser boa na teoria, a maioria das falas deles são bem cansativas e pouco acrescentam ao jogo.
Por falar em missões, aqui temos mais um pequeno detalhe que incomoda em Squadrons, que é a repetitividade. As suas primeiras missões, que já são quase “um terço” da campanha servem de tutorial para você se acostumar as mecânicas (falaremos mais a frente delas) e, no que resta, o seu objetivo é quase sempre o mesmo de destruir uma base/nave ou realizar uma escolta do império ou dos rebeldes.
Já em questão de longevidade, “Star Wars: Squadrons”, assim como o Battlefront 2, é um jogo relativamente curto para quem quer uma experiência single-player e leva entre 8 e 10 horas para ser finalizado, ao menos no nível normal. Aqui, pessoalmente, acho que EA acertou no tamanho do jogo, uma vez que ele poderia se tornar bem repetitivo caso fosse mais longo.
Quem já está mais preocupado com o fato replay ou com a campanha curta, é claro, pode optar por jogar em modos mais difíceis, apesar de termos passado dificuldades em certos cenários até mesmo no nível normal. Não apenas isso, o jogo também tem um sistema de “medalhas”, que fará com que você queira repetir uma missão diversas vezes apenas para obtê-las.
As naves, seus equipamentos e a jogabilidade
Se há algo que se destaca bastante em “Star Wars: Squadrons” é a sua jogabilidade. Diferente dos títulos anteriores de Star Wars que já te colocaram para pilotar naves, o Squadrons não traz uma jogabilidade tão arcade.
No jogo, por exemplo, apenas para “sair voando”, você tem que sempre estar atento ao controle da velocidade da nave, uma vez que assim no mundo real (ou não tão real), a nave não se sai bem para fazer curvas em alta velocidade. Não apenas isso, durante as missões, você também precisa definir o que é mais importante em sua nave para direcionar a energia dela para o local correto.
Mais um exemplo, ao estar atacando uma base ou ao estar em combate, você precisa atirar mais rápido e ter um tempo de recarga menor para seus mísseis e outros itens. Então, através de um botão, você coloca a sua nave em um tipo de modo de combate. Enquanto isso, ao estar numa escolta mais calma, você pode priorizar o seu modo de navegação para ter mais velocidade.
Já antes de sair pilotando, é claro, você também pode escolher a sua nave e até mesmo o que estará equipado nela. Isso, inclusive, é um dos grandes diferenciais do jogo, que te dá uma liberdade para achar o seu estilo de pilotar. De forma geral, ao menos no momento da análise, o Squadrons possui em torno de 8 naves, sendo que cada uma delas, oferece uma forma de voar bem diferente da outra.
Outro ponto importante a ser ressaltado ainda na questão de naves e equipamentos, é que o “Star Wars: Squadrons” não chega a vender itens que possam te dar vantagens em batalhas. Então, pelo menos em um primeiro momento, “Star Wars: Squadrons”, felizmente, não tem mecânicas “pay to win”.
Modo multiplayer
Assim como no Star War Battlefront 2, claramente, o foco de Squadrons fica justamente para quem procura confrontos online e uma certa competitividade. Então, para essas partidas, o “Star Wars: Squadrons” traz dois tipos de jogo.
O “Combate aéreo” é o modo indicado para os jogadores que procuram apenas uma diversão rápida. Nele, o seu principal objetivo, é claro, acaba sendo destruir o time adversário sem ter que se preocupar em defender uma base ou cumprir objetivos secundários. Assim, quem optar por jogá-lo vai direto para a ação.
Já o segundo modo, chamado de “Batalha de frotas”, tudo ocorre de uma forma mais cadenciada e com uma certa dose de estratégia. Aqui, por exemplo, apesar de você precisar aniquilar com o seu adversário, ainda existem objetivos secundários como ter que evitar que uma parte de sua base ou nave seja destruída.
Apesar da sua jogabilidade um tanto difícil, devo admitir que até me saí bem nos combates online, que se mostraram bem equilibrados. Aqui, pessoalmente, me mantive mais no modo “Combate aéreo” em que as partidas não são muito longas e não tive problemas de lag ou de performance.
Conclusão
“Star Wars: Squadrons” foi um jogo que me surpreendeu de forma positiva, principalmente ao adotar algumas escolhas um tanto diferentes. A sua história e camapanha, é verdade, poderia ser melhor trabalhada para os jogadores saberem os seus detalhes, mas é inegável dizer que ela não te diverte ao fazer você passar pelo lado do império e dos rebeldes. Ainda assim, caso venha a existir alguma expansão ou continuação, nós gostaríamos de ver uma diversidade maior nas missões para serem realizadas.
Já a sua jogabilidade um tanto diferenciada requer um certo tempo de aprendizado, o que consideramos algo positivo, principalmente por exigir um esforço do jogador para ser dominada com maestria. Assim, realmente, “Star Wars: Squadrons” consegue oferecer uma boa experiência para seu público, que deverá encontrar uma boa dose de diversão, ainda que breve ou curta.
A Electronic Arts enviou o game para que o Olhar Digital pudesse testá-lo no PC.