Os jogos de computador ajudaram muito as empresas a desenvolverem monitores dedicados ao público gamer. E o melhor é que não servem apenas para essa prática, logicamente. Esse monitores usam tecnologias que oferecem mais conforto visual, aliando melhor definição de imagem com ajustes de brilho e tons de cores não alcançados por modelos comuns.
É o caso do QLED Gaming Monitor de 23,5 polegadas (modelo C24FG73), da Samsung, que usa tela curva e que veremos no review de hoje, explicando todos os seus detalhes.
Tecnologias da tela
Indo direto ao que interessa, vamos falar da qualidade da tela. Esse monitor utiliza painel de LED VA, no qual os LEDs estão alinhados verticalmente (por isso a sigla, em inglês, VA). Essa técnica oferece maior qualidade de imagem do que a tecnologia LED IPS, porque se caracteriza por ter melhor contraste e profundidade. O alinhamento vertical também favorece o ângulo de visão, não distorcendo nada quando olhamos abaixo ou acima.
Mas se olharmos nas laterais, então o ângulo pode ser prejudicado, já que os LEDs não ficam alinhados com os olhos quando olhamos as bordas esquerda e direita, certo? Correto. E por esse motivo, esse monitor foi projetado com a tela curva, para que possamos enxergar a mesma tonalidade de cores que enxergamos no centro.
A Samsung informa que essa curvatura auxilia na imersão dos games, porém, com 23,5 polegadas, não é o caso. Em TVs onde os paineis são realmente grandes, pode até fazer diferença. O que verifiquei é que o cuidado de manter essa curvatura, realmente deixou a intensidade do brilho, e a tonalidade das cores homogêneas em toda a área da tela. E isso foi muito legal para ver fotos, vídeos e jogar.
Outros destaques são a taxa de varredura da tela de 144 Hz e o tempo de resposta de 1 ms (milissegundo). Esses dois itens influenciam muito no desempenho dos jogos. A frequência de 144 Hz varre a tela (assim que se formam as imagens) de cima a baixo em uma velocidade superior a duas vezes mais do que um monitor comum, que utiliza 50 ou 60 Hz.
Apenas uma ressalva deve ser feita aqui: os 144 Hz funcionam quando utilizado o conector Display Port. Usando o conector HDMI, que é o mais comum, a frequência chega a 120 Hz. Nos testes eu usei a HDMI, que já foi suficiente para ver as imagens com muita fluidez.
E essa alta taxa aplicada nos jogos minimiza o atraso das imagens de ação e o desfoque de movimento, resultando em uma imagem muito fluida, principalmente com jogos com gráficos de altíssima qualidade. Dessa forma, a experiência de jogar se torna muito prazerosa (pelo visual) e pelos movimentos mais precisos, o que ajuda o jogador a não perder nenhum lance do inimigo e ter mais tempo de reagir.
O tempo de resposta de 1 millissegundo é o tempo que um LED leva para mudar de cor. E isso evita os borrões na tela quando acontecem cenas de ação, com explosões, ou luzes incidindo no ambiente do jogo. Enfim, é um recurso que ajuda no realismo da cena.
Para se ter uma ideia, esse é menor tempo alcançado pelos fabricantes de monitores gamers já construídos até hoje. Há monitores gamers, que já são muito bons, que conseguem o máximo de 4 ou 5 milissegundos.
E a resolução da tela é full HD (1920 x 1080) na proporção de 16:9 com revestimento antirreflexivo. No início dos testes achei que a Samsung poderia ter usado a resolução 4K, já que é um monitor de última geração. Porém, depois que usei bastante com jogos e vídeo, vi que seria um exagero. Além de ter que processar quatro vezes mais pixels, o que poderia fazer o desempenho de qualquer placa de vídeo cair, o ganho de imagem não seria tão superior em uma tela de 23,5 polegadas. Em Full HD foi possível aproveitar muito bem os gráficos dos jogos.
Menu com muitos recursos
Os detalhes chegam a ser preciosistas nesse monitor, mas ele segue uma tendência que vem acontecendo no mercado: cada tipo de jogo tem um preset diferente no menu. Até um ano atrás era preciso ajustar vários parâmetros manualmente. Hoje, no menu, existem as seguintes opções:
• Pessoal: personaliza as definições do monitor de acordo com o gosto do usuário;
• Brilhante Elevado: maximiza o brilho do tela;
• FPS: aumenta o brilho das áreas mais escuras do tela de jogos FPS (jogos de tiro). Este modo aumenta a visibilidade dos inimigos durante uma partida FPS;
• RTS: aumenta a temperatura da cor e a relação de contraste para melhorar a visibilidade da tela e do mini mapa de jogos RTS (jogos de estratégia);
• RPG: este modo está otimizado para gráficos 3D e mensagens instantâneas na tela de jogos RPG (Rolling Playing game, onde os jogadores precisam trocar informações);
• AOS: aumenta a relação de contraste para obter uma qualidade de imagem otimizada para o tela de jogos AOS (jogos com grandes mapas e muitos elementos pequenos na tela);
• sRBG: ajusta o sistema de cores para o modo sRBG. Este é o modo padrão do monitor, é a melhor escolha para visualizar fotos e gráficos de PCs.
• Cinema: Obter o brilho e a nitidez de um televisor, adequados para assistir conteúdo de vídeo.
Para gamers aficionados e competidores de torneios, isso deve fazer a diferença, onde qualquer fração de segundo e perceber movimentos mínimos conta para se manter vivo em uma partida.
Porém, para jogadores casuais, acredito ser dispensável, já que as tecnologias nativas já fazem tudo de modo automático e já deixam a imagem ótima.
Vale comentar sobre o recurso FreeSync. Caso a taxa de FPS (frames por segundo) caia abaixo de 70fps durante uma partida, essa tecnologia entra em ação e faz com que a taxa de atualização da tela duplique ou triplique a taxa de quadros. E isso compensa o FPS mais baixo, mantendo a fluidez da jogabilidade, pois elimina a maioria das quebras de imagem em cenas de ação intensa e “engasgadas” no jogo.
Quando essa tecnologia surgiu, há cerca de 3 anos, ela só funcionava com placas de vídeo AMD. Recentemente, a Nvidia implementou essa tecnologia na atualização de seu novo driver para chips gráficos da família GTX, que é o chip usado em computadores gamers. Nos testes, eu usei o FreeSync em BattleField V e, em cenas com muitos objetos na tela se movimentando, senti pouca melhoria quando o FPS baixava. Testei um PC com chip gráfico Nvidia. Portanto, nesse caso, a faixa de frequência do FreeSync foi estreita para funcionar com eficiência.
O acesso ao menu é feito por meio de um botão que fica atrás do monitor, bem no canto inferior direito. É bem fácil encontrar este botão. Ele tem um formato de mini joystick o que facilita acionar o menu e navegar entre as opções. Ainda há três botões na parte inferior do monitor que servem para gravar três modos de imagens.
Conexões
Este monitor tem duas entradas HDMI, uma Display Port, uma saída para fone de ouvido (onde o áudio chega a ela pela HDMI) e o conector para a fonte de alimentação. Eles ficam bem posicionados na parte de trás do monitor, sem incômodo para instalar os cabos. A foto abaixo mostra os conectores.
Qualidade de áudio
Este monitor não tem alto-falantes. Surpresos? Eu também fiquei. Porém, ele traz saída para fone de ouvido. A qualidade então vai depender da sua fonte de aúdio: do notebook ou do desktop. Aqui a Samsung preferiu deixar um design mais minimalista e se concentrar na qualidade de imagem do que no áudio.
Design e acabamento
Apesar da tela ter um tamanho grande, as dimensões do monitor não são exageradas. Sem o suporte, as dimensões são de 54,5 x 32,4 x 7,04 centímetros. Com o suporte, as medidas passam para 54,5 cm x 51,9 x 28,7 cm.
O peso do monitor, mais o suporte é de 4,4 quilos e, somente o monitor pesa 3 quilos. Essa informação é importante porque ele pode ser fixado na parede e o suporte para fixação acompanha o produto.
A lateral esquerda pode ser removida para organizar o cabo de força e o cabo de dados (foto acima) que saem das conectores. Além disso, uma pequena haste na parte superior do suporte serve de apoio para headsets ou fones de ouvido grandes (foto abaixo).
Vale citar a base de sustentação do monitor. O suporte ergonômico é completo, incluindo ajuste de até 135 mm de altura, e funciona por pressão, portanto, é bem suave movimentar o monitor para cima e para baixo, ficando sempre na posição precisa que o usuário escolheu.
Pode girar até 15° para a direita e esquerda, tem inclinação de – 3° até 20° e pivô de 90° (ele pode ficar na vertical para trabalhar com textos ou tabelas) e compatibilidade de montagem VESA (na parede) de 75 x 75 mm.
Conclusão
Para quem curte jogos, o QLED Gaming Monitor é uma ótima opção. Seus recursos foram muito bem dimensionados para garantir as cenas de ação estabilizadas, com excelente conforto visual. A frequência vertical alta (120 Hz com HDMI e 144 Hz com Display Port) mais o tempo de resposta de apenas 1 milissegundo, garante cenas em movimento sem rastros. O contraste de cores, as sombras e brilho bem equilibrados ajudam muito na imersão do jogo.
A resolução full HD foi suficiente para jogar com visualização nítida dos detalhes das cenas dos jogos, assim como a tela anti reflexo é um recurso ótimo para o conforto visual. O menu é intuitivo e há vários presets para cada tipo de jogo, permitindo aos jogadores profissionais escolherem o modo preferido, além do modo para personalização. Enfim, é um dos monitores mais completos que pude testar para jogos até a data deste review.
Monitor Samsung Gaming C24FG73: Especificações completas | |
Tamanho da tela | 23,5 polegadas |
tipo da tela | curva |
Resolução | 1920 × 1080 (Full HD) |
Tipo de painel | LCD VA |
Proporção da tela | 16:9 (Widescreen) |
Taxa de atualização | 144 Hz |
Tempo de resposta | 1 milissegundo |
Sincronização adaptativa | FreeSync (70Hz-144Hz com LFC) |
Portas | DisplayPort 1.2 e 2x HDMI 1.4 |
Outras portas | Plug do fone de ouvido |
Brilho | 350 cd / m 2 |
Taxa de contraste | 3000:1 (estático) |
Cores | 16,7 milhões (verdadeiros 8 bits) |
suporte para parede | Sim (75x75mm) |
Modo de cores | Personalizado/Brilho alto/FPS/RTS/RPG/AOS/sRGB/Cinema |
Dimensões (sem suporte) / peso | 545.0 x 323.9 x 70.4 mm / 3 quilos |
Dimensões (com suporte) / peso | 545.0 x 519.5 x 280.7 mm / 4,4 quilos |
Acessórios | cabo HDMI |
Consumo de energia | 59 watts (máximo) |