Review do Minecraft Dungeons: desafio e magia no mundo dos blocos

RPG reúne elementos para conquistar os jogadores que procuram um bom desafio
Luiz Nogueira05/06/2020 21h23, atualizada em 06/06/2020 16h00

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Quando foi anunciado, o jogo ‘Minecraft Dungeons’ despertou a curiosidade de muitos – inclusiva a minha – por apresentar o mundo já conhecido dos blocos sob uma nova perspectiva.

Em vários momentos, dar outras abordagens para o universo ‘Minecraft‘ foi uma possibilidade – e que poderia garantir uma vida maior ao título. Para ilustrar isso, devemos lembrar da versão focada em história lançada pela Telltale. No entanto, por mais que fosse um bom título, ele caiu no esquecimento.

Por esse motivo, ‘Minecraft Dungeons’ veio com o objetivo de quebrar esse estigma e atingir novos – e até velhos – públicos. Felizmente, as mecânicas compiladas de títulos de sucesso, como ‘Diablo‘, e uma história simples, mas divertida, fazem com que o game se torne um prato cheio para quem gosta de aventura e desafios.

História

Como já citado, o título possui uma história bem simples, mas que se torna interessante justamente por sua proposta. Aqui, há mais aventura e até leves toques de fantasia. O jogador assume o papel de um herói anônimo, que pode ser personalizado logo de início, que tem o objetivo de impedir o avanço das forças do mal controladas por um aldeão que se corrompeu e se tornou uma grande ameaça.

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É possível personalizar o personagem. Foto: Mojang/ Divulgação

Por todas as fases, o gamer vai enfrentar hordas de esqueletos, creepers e outros inimigos comuns ao mundo de ‘Minecraft‘. Todos eles muito bem inseridos no contexto das fases e localidades. Obviamente, como todo início de um bom RPG, o personagem possui poucas armas e habilidades. Contudo, logo começa a adquirir conhecimento e novos equipamentos que o ajudam em sua jornada.

Jogabilidade

Os controles do game são bem simples, justamente para atrair até os mais inexperientes. Usando poucos botões, é possível atacar, usar itens de cura, atirar flechas e alterar entre os equipamentos disponíveis.

No entanto, quem espera a presença das habilidades de mineração e montagem pode se decepcionar. Isso porque o título foca nos combates e no desenvolvimento do personagem – seja aprendendo uma habilidade nova, construindo novos equipamentos ou melhorando os que já foram obtidos.

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Personagens podem desenvolver habilidades que ajudam no decorrer da aventura. Foto: Mojang/ Divulgação

A remoção da mecânica que consagrou ‘Minecraft‘ foi uma decisão arriscada, mas acertada. Confesso que nunca foi um jogo que me atraiu – até porque eu não sou o público-alvo. De qualquer forma, é interessante ver que todo o contexto criado pela Mojang no título original se encaixa em novas abordagens de maneira tão orgânica.

Outra decisão que foi totalmente certeira foi a possibilidade de aumentar ou diminuir a dificuldade de cada um dos níveis. Obviamente, quanto maior o desafio, mais monstros aparecem nos caminhos.

Em certos momentos, confesso que foi bem difícil passar algumas áreas específicas justamente pela presença de muitos inimigos juntos. Se você acha que consegue “rushar” como em alguns outros jogos (passar correndo por certas áreas ou ir com tudo para cima dos monstros), aqui isso não é possível. É necessário calcular muito bem as ações, já que o número de vidas é limitado. Caso se esgotem, o jogador é levado para o início do nível e deve seguir todo o caminho novamente.

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No entanto, conforme progredimos na aventura, nosso personagem adquire pontos de encantamento que podem ser usados para desbloquear habilidades especiais para as armas e armaduras. Dependendo do estilo de jogo adotado, é possível adicionar mais danos ao equipamento, poderes especiais e até efeitos de cura.

Ainda falando sobre a jogabilidade, o mundo do game pode ser desbravado por até quatro pessoas simultaneamente. Com isso, os níveis mais difíceis não devem apresentar grande ameaça aos bravos cavaleiros.

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Até quatro jogadores podem jogar juntos. Foto: Mojang/ Divulgação

Gráficos e mapa

Se na jogabilidade faltam elementos do título original, em relação ao visual tudo está presente. O game mantém a estética cúbica e colorida característica do universo. No entanto, as adições nos efeitos de luz, sombra e design fizeram com que tudo ficasse ainda mais chamativo.

No geral, os elementos gráficos são bons. É possível perceber alguns serrilhados nos cenários durante os níveis. No entanto, isso se torna totalmente imperceptível enquanto hordas de inimigos enchem a tela durante os combates.

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Mapa do jogo é diversificado. Foto: Mojang/ Divulgação

O mapa do game é relativamente grande e dá a liberdade para o jogador escolher para qual localidade acessar – obviamente, nem todos os locais estão liberadas de imediato. Novas áreas são desbloqueadas apenas quando as já disponíveis são concluídas.

Além disso, os cenários são bem diversificados em relação aos elementos presentes. Há vilas, masmorras, florestas e outras paisagens que quem jogou ‘Minecraft‘ deve estar familiarizado. Para quem adentrou um nível e está perdido, ainda é possível acionar um pequeno mapa que se sobrepõe à tela e mostra os possíveis caminhos.

Por falar nisso, a presença de rotas alternativas e secretas me surpreendeu. Dificilmente você consegue completar tudo o que uma fase tem a oferecer jogando apenas uma vez. E isso é muito bom, aumenta o fator replay para aqueles que gostam de caçar conquistas e completar todos os desafios que o jogo oferece.

Conclusão

‘Minecraft Dungeons’ oferece tudo o que os fãs de um bom RPG estilo ‘Diablo’ gostam: exploração, melhoria de personagem e cenários que podem ser explorados à exaustão. Se você procura diversão descompromissada e alguma dose de desafio, o título com certeza vai garantir horas de diversão. Confesso que foi uma grata surpresa no mês de maio.

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Mundo diversificado é uma das características mais marcantes do título. Foto: Mojang/ Divulgação

A Mojang possui um belo jogo em mãos, se souber trabalhar bem com as possibilidades, com certeza terá um game que deve continuar sendo jogado por anos. Como primeiro passo dessa iniciativa, a empresa informa que planeja lançar a primeira DLC do título, chamada ‘Jungle Awakens’, em julho deste ano.

Além disso, foi prometida uma atualização gratuita que vai permitir que jogadores de diferentes plataformas joguem juntos. O jogo está disponível para Nintendo Switch, PC, PlayStation 4 e Xbox One. Para os assinantes do Game Pass no Xbox e PC, o game também está disponível desde o lançamento.

Para teste, a Microsoft enviou ao Olhar Digital uma cópia do jogo para Xbox One.

Luiz Nogueira
Editor(a)

Luiz Nogueira é editor(a) no Olhar Digital