Uma notícia que gerou tanto ou até mais polêmica do que as mudanças no iPhone 7 foi o anúncio oficial de duas novas versões do PlayStation 4: uma edição “slim” e o PS4 Pro, uma edição melhorada do atual console. O que os fãs não entenderam foi: o que realmente mudou nesse suposto upgrade?
O evento organizado pela Sony durou pouco menos de 2 horas e 40 minutos, dos quais apenas 4 minutos foram dedicados a apresentar o novo PS4 mais fino, que já havia vazado na internet semanas antes. Já o PS4 Pro, que há tempos era chamado de “PS4K” ou “PS4 Neo”, teve destaque, mas poucas explicações.
Quase nada foi revelado em termos de especificações do aparelho. Tudo o que Mark Cerny, chefe da equipe de arquitetura de sistemas da Sony, disse durante o evento transmitido ao vivo pela internet foi que a GPU teve sua potência “mais do que dobrada”, enquanto a CPU teve sua velocidade de clock “aumentada”, sem explicar o que esses termos significam na prática ou em números.
Em vez disso, a Sony fez questão de reforçar diversas vezes como games poderão ser jogados em resolução 4K e com HDR, desde que o usuário tenha uma TV compatível com essas tecnologias. Ao fim da apresentação, foi revelado que o PS4 Pro custará, no lançamento, o mesmo que a versão original custava em 2013: US$ 399.
A ausência de informações sobre as especificações exatadas da GPU e da CPU, assim como o preço curiosamente baixo, levantaram questionamentos entre os usuários. Principalmente porque a principal rival, a Microsoft, já prometeu um upgrade de hardware no seu Xbox One para o ano que vem, com o chamado “Project Scorpio” (nome provisório).
Segundo a Microsoft, o tal Scorpio chega no fim de 2017 com processador gráfico de 6 teraflops, o que significa que o console será cinco vezes mais poderoso do que o atual Xbox One. Esse número é crucial para que a máquina seja capaz de rodar games em 4K e em realidade virtual.
É importante destacar que há uma notável diferença entre o 4K do Scorpio e o 4K do PS4 Pro. O primeiro será capaz de processar o gráfico dos games na mais alta resolução suportada por TVs modernas. O que o segundo vai fazer é um upscaling: esticar a imagem dos jogos para que ela pareça melhor do que realmente é, e não rodar os jogos em 4K nativamente.
Considerando tudo isso, é possível dizer que o PS4 “slim” e o PS4 Pro são duas respostas diferentes para o mesmo produto da rival: o Xbox One S. Anunciado durante a E3 deste ano, o console é 30% menor do que o original (assim como o novo PS4) e capaz de reproduzir vídeo em HDR e 4K (assim como o PS4 Pro), além de levemente mais potente.
O que os fãs esperavam, porém, é que o PS4 slim fosse uma resposta ao Xbox One S e que o PS4 Pro fosse uma resposta ao Project Scorpio. A impressão que fica é que a Microsoft conseguiu surpreender a concorrência com seu upgrade-no-meio-da-geração e a Sony teve que apressar-se para não ficar para trás. Desse modo, mesmo chegando um pouco mais tarde, é possível que o Scorpio será único em sua categoria quando for lançado, sem qualquer concorrência da Sony ou de outra empresa.
De todo modo, muito mistério ainda envolve o Project Scorpio, sobre o qual se sabe muito pouco. Já no caso do novo PS4 Pro, apenas uma análise mais completa do aparelho pode revelar o quanto o console realmente melhorou ou não. Até lá, a guerra entre as duas marcas deve continuar nas redes sociais, entre os fãs, e no marketing.