O Xbox One X é, oficialmente, o console mais poderoso já fabricado, com especificações bem superiores às de qualquer concorrente ou qualquer outro modelo do próprio Xbox. Tanto que, para a Microsoft, nem mesmo o rival mais poderoso, o PlayStation 4 Pro, é páreo para seu novo produto.

Phil Spencer, responsável pela divisão do Xbox dentro da Microsoft, explicou ao site Eurogamer, em uma longa entrevista publicada nesta terça-feira, 13, o motivo pelo qual o Xbox One X é US$ 100 mais caro que o PS4 Pro. “Eu olho para o Pro mais como um concorrente do [Xbox One] S do que do Xbox One X”, disse o executivo.

O Xbox One S a que Spencer se refere é a versão menor e branca do console, que a Microsoft lançou em 2016 custando US$ 299 – atualmente, pode ser comprado nos EUA por US$ 249, equivalente a R$ 829, em conversão direta. Já o PS4 Pro é vendido lá fora por US$ 399, e ainda não chegou oficialmente ao Brasil.

Segundo Spencer, o Xbox One X é um “console 4K de verdade”. “Se você olhar só para as especificações, ele está num patamar diferente do de qualquer outro console por aí”, disse ainda o executivo, argumentando que o seu novo produto tem “40% mais GPU” e memória mais rápida que o rival japonês.

Curiosidades

Na mesma entrevista, Spencer comentou de onde vem o nome Xbox One X, lembrando que, durante o desenvolvimento do console, ele era chamado de Project Scorpio. “Conseguir o registro de marca para Scorpio é muito difícil”, resumiu o executivo, que admitiu que, em certo ponto, a Microsoft pensou em chamar a máquina pelo nome oficial de Xbox One Scorpio.

“Quando criamos um nome, precisamos escolher nomes globais. E, francamente, embora pareça legal agora, daqui a dois anos, para alguém que não sabe de onde esse console veio, pode ser meio confuso. ‘Por que essa coisa se chama Scorpio?’ Mesmo apesar de eu amar esse nome”, ressaltou Spencer.

Futuros jogos

O executivo também comentou a aparente ausência de grandes títulos do gênero “AAA” – games criados por grandes estúdios, cuja produção custa milhões de dólares – no evento da Microsoft na E3, no último domingo, 11. A maior parte dos mais de 40 games anunciados pela empresa são fruto de desenvolvedores independentes.

“O ‘Sea of Thieves’ é isso, não?”, disse Spencer, sobre jogos AAA, citando o novo título da Rare. “Eu adorei o fato de que eu não precisei trazer ‘Gears’ ou ‘Halo’ só para chamar a atenção. As pessoas sabem que temos ‘Gears’ e ‘Halo’ no nosso portfólio. […] O foco que tivemos nesse evento foi em games que você vai poder jogar em até um ano.”

Mas Spencer também deixou no ar que a Microsoft está trabalhando com novos títulos de grande orçamento, mas que ainda não estão prontos para encarar o público. “Nós fechamos algumas coisas que ainda não anunciamos. Eu já tive a experiência de anunciar coisas muito cedo e depois ter que atender às expectativas enquanto estou tentando ainda montar o jogo. Quero dar tempo aos times [de desenvolvimento].”

Concorrência estratégica

Por fim, o executivo falou sobre uma interessante preocupação que tomou conta da indústria após o anúncio do Xbox One X. Afinal, o console é nitidamente mais poderoso, em especificações, do que o rival PlayStation 4, quase equivalente a uma nova geração. Só que a maioria dos próximos grandes lançamentos de games anunciados na E3 vão sair para os dois consoles.

Fica a dúvida se o Xbox One X vai ter alguma vantagem técnica, em jogos como “Call of Duty” ou “FIFA”, por exemplo, que são feitos para as duas plataformas, mas têm contrato de marketing exclusivo com a Sony. Ou se os games serão feitos de forma igual e, no fim das contas, todo o poder de performance do One X não será aproveitado.

“Eu não acho que seria bom para a nossa indústria se chegássemos a um ponto em que as pessoas ficam atrasando a inovação técnica dos games por causa de acordos de marketing”, disse Spencer. “Nós temos acordos de marketing [com ‘Assassin’s Creed Origins’ e o ‘Middle-earth: Shadow of War’], mas eu não vou dizer: ‘Ei, eu preciso de algum tipo de golpe ou skin que outras pessoas em outras plataformas não possam usar’.”

Grosso modo, o que Spencer explicou é que a Microsoft deixou as desenvolvedoras livres para fazer versões melhores de seus jogos para o novo console, e deixar uma versão mais simples para o PlayStation. Porém, não há garantias de que isso vai acontecer.

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