Por Janaína Ivo
Uma pesquisa da Jon Peddie Research sobre o mercado de componentes para computadores revelou que a venda de hardware para PCs foi 122% maior que a venda de consoles em 2016. Isso significa que o valor movimentado pelo mercado de hardware para computadores foi maior que o dobro do valor movimentado por todos os consoles de videogame.
De acordo com a pesquisa, o mercado de consoles movimentou um total de US$ 90.4 milhões entre o começo de janeiro e o final de setembro de 2016. Nesse mesmo período, o mercado de hardware para computadores pessoais movimentou US$ 200.9 bilhões.
Placas de vídeo
Foram as placas de vídeo dedicadas as principais responsáveis pela movimentação desse montante expressivo. Entre o segundo e o terceiro trimestre de 2016, o número de placas de vídeo vendidas aumentou 20,4%. Esse normalmente é um período em que a venda de placas de vídeo aumenta, segundo a Jon Peddie. No entanto, a média de aumentos nesse período nos últimos anos era de 9,52%.
A Nvidia foi a empresa que se saiu melhor nesse período, vendo um aumento de 39,31% na sua venda de placas de vídeo. Sua principal concorrente, a AMD, também aumentou suas vendas de placas de vídeo, mas em apenas 15,38%. Por conta desses números, a fatia de mercado da Nvidia cresceu 2,2%, dando a ela 16,1% do mercado; a da AMD, por sua vez, caiu 0,6%, deixando-a com 13% do mercado.
Um dos fatores responsáveis por esse aumento é o fato de que ao longo dos últimos trimestres tanto a Nvidia quanto a AMD lançaram suas novas linhas de placas de vídeo. A Nvidia lançou a linha GTX 10, que tem a GTX 1080 como sua top de linha; a AMD, por sua vez, focou no mercado de entrada com sua linha Radeon RX 400. A popularização de equipamentos de realidade virtual, que exigem PCs com placas de vídeo potentes, foi outro fator apontado pela Jon Peddie Research para o aumento das vendas dos componentes.
O que isso significa?
De acordo com o site TweakTown, a informação chama atenção pelo fato de que os PCs, e não os consoles, são a principal fonte de investimento para usuários interessados em jogos. Isso contraria o ritmo tradicional da indústria de games, que desenvolve jogos primeiramente para consoles para depois transpô-los aos PCs, às vezes com uma série de problemas.
Isso contraria também uma forte tendência de queda no mercado de PCs. No Brasil, a venda de computadores tem caído drasticamente nos últimos anos. Trata-se de uma tendência mundial, relacionada ao maior investimento das pessoas em smartphones, e que ameaça afastar até mesmo a Intel do mercado de processadores para computadores.
Nesse contexto, o desempenho impressionante do mercado de hardware para PCs parece apontar para um crescimento no setor mais caro desse mercado. É isso que sugere também o investimento que a VAIO fez para voltar ao Brasil em parceria com a Positivo, com o objetivo de ocupar um “vácuo” no espaço de notebooks Windows com preço elevado. No mercado brasileiro de smartphones, também é possível observar uma tendência semelhante.