Nesta terça-feira (09/10), o Google anunciou a chegada de seus dois novos modelos da linha Pixel: o Pixel 3 e o Pixel 3XL. Já no último dia 12 de setembro, a Apple apresentou seus novos iPhones: o XR, XS e XS Max. A Samsung, por sua vez, lançou os Galaxy S9 e S9+, além do Note 9, que chegou ao público em agosto. E não podemos esquecer da LG, com o seu G7, a Motorola com o Z3 e a Sony…bom, ultimamente ninguém anda ligando muito para a Sony.
No entanto, se vocês pegarem todos os aparelhos citados acima e compararem com seus antecessores, lançados no ano passado, chegarão à conclusão de que as diferenças entre eles são, sem exceção, mínimas. São pequenas evoluções na câmera (talvez uma lente a mais), correções pontuais no sistema operacional, um processador um pouco mais rápido aqui, uns gigas a mais de capacidade de armazenamento ali… mas, no final, não há absolutamente nada que mudará sua vida ou que justifique você gastar uns bons milhares de reais para trocar seu smartphone comprado em 2016 por um desses novos tops de linha.
O fato é que chegou a hora da indústria de smartphones começar a ter mesma discussão que já vem rolando entre as desenvolvedoras de games há algum tempo: a de lançar suas principais novidades a cada dois (ou três anos) e promover melhorias pontuais ao longo desse período, que seriam, obviamente, pagas, no melhor estilo freemium. E só ao final desse ciclo, elas poderiam apresentar uma nova versão do game, com novos recursos que realmente façam diferença na vida do usuário. Afinal de contas, que grandes evoluções você notou entre o FIFA 18 e o FIFA 19, por exemplo? Ou os últimos Call of Duty?
É evidente que as indústrias de videogame e smartphones têm suas particularidades e dinâmicas próprias. Mas o fato é que Google, Apple, Samsung, Xiaomi, entre outras, poderiam poupar o consumidor dessas evoluções cosméticas – e enganosas – em seus produtos e investir na venda de serviços de software e hardware que possibilitassem a geração de receitas alternativas. Enquanto isso, suas equipes de Pesquisa & Desenvolvimento e engenheiros teriam o tempo adequado para investir em dispositivos que, realmente, tragam diferenciais relevantes na nossa vida.
Esse talvez seja um sonho utópico? Pode ser. Mas Blizzard e seus poucos games – lançados apenas a cada dois, três anos, e absurdamente lucrativos – está aí para provar que um outro caminho é possível.
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Rui Maciel é editor-chefe do Olhar Digital e cobre Tecnologia desde 2005