Apesar de a grande apresentação da Microsoft na E3 ter sido um Xbox One mais leve e compacto, o destaque do evento vai aparecer apenas em 2017: Project Scorpio é seu codinome. A promessa da empresa é de gráficos em 4K e capacidade de rodar jogos em realidade virtual.

A promessa é um pouco vaga, mas parece ser levemente exagerada, mesmo com os tais 6 teraflops (6 trilhões de operações por segundo) prometidos pela Microsoft. O número é alto e deixa no chinelo o atual Xbox One, com apenas 1,31 teraflops, mas ainda não parece suficiente para cumprir o prometido.

Como analisa o Ars Technica, mesmo as placas de vídeo mais poderosas do momento, como a GTX 1080 da Nvidia (com 9 teraflops) e a R9 Fury X da AMD (com 8,4 teraflops) ainda sofrem com um pouco com o 4K e por pouco são capazes de manter a taxa de 30 quadros por segundo nesta resolução. Estas placas são caras demais para estarem inclusas em um console com um preço viável de mercado. Uma placa com potencial mais próximo dos “flops” do Scorpio, a R9 390X, com 5,9 teraflops, já não é capaz de manter os 4K/30fps.

Isso dito, existem pontos que favorecem o console da Microsoft em comparação com o mundo dos PCs. Em geral, consoles conseguem fazer mais com menos hardware do que nos PCs graças a APIs mais profundas, sistemas operacionais mais leves e hardware consistente, o que permite uma maior otimização gráfica. No entanto, isso será o suficiente para compensar a diferença? Dificilmente.

O mais provável é que o Xbox One use alguma técnica de upscaling para produzir imagens em 4K. Na prática, um jogo seria processado em 1080p (ou uma resolução um pouco maior, talvez 1440p?), mas passaria por um algoritmo que otimizaria a sua exibição em telas 4K consumindo menos poder de processamento. Parece mais plausível.

A Sony também parece pouco capaz de cumprir totalmente a promessa dos 4K. A empresa já prometeu uma nova versão do PS4 mais poderosa, mas não falou sobre ela na E3. Os rumores e vazamentos sobre o console de codinome Neo colocam a máquina como capaz de operar em 4,2 teraflops, o que tornaria ainda mais complicada a tarefa dos 4K nativos. O upscaling também parece mais provável.

Ambas as máquinas parecem bastante poderosas, mas é necessário ter as expectativas no lugar certo. Inclusive, é possível que alguns jogos possam tirar proveito de 4K nativo; talvez em games que exijam um menor nível de detalhes. No entanto, com base no que existe hoje no mercado, a ideia de consoles superpoderosos capazes de rodar todos os jogos em 4K nativo parece distante da realidade.

Via Ars Technica