Novo Xbox esquenta demais? Primeiras análises desmentem este boato

Console dissipa ar quente, sim, mas ele é projetado para isso, e não esquenta de forma mais significativa que outros modelos da geração passada
Renato Santino15/10/2020 23h47, atualizada em 15/10/2020 23h50

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Há algumas semanas, começou a circular o rumor de que as unidades de teste do Xbox Series X distribuídas a jornalistas ficavam quentes demais, a ponto de queimar a mão de usuários que encostassem no dispositivo enquanto ele está ligado. Nesta quinta-feira (15), no entanto, foram divulgadas as primeiras avaliações completas e sem restrições sobre o console, que desmentem essa especulação.

Tudo começou com duas declarações distintas. Primeiro, um jornalista francês, Ken Bogard chegou a brincar dizendo que o calor emitido seria suficiente para aquecer um apartamento. Depois, Jeff Bakalar, do Giant Bomb, mencionou a temperatura do console e do módulo de expansão de memória enquanto o manuseava durante a gravação de um podcast, mesmo em repouso.

No entanto, agora que caíram os embargos sobre o Xbox Series X, as informações dos jornalistas que passaram as últimas três semanas testando o produto são mais concretas. O site Ars Technica, por exemplo, explica que o console produz calor, como é esperado de qualquer produto eletrônico de alto desempenho, mas nada exagerado que o permita ser usado para “secar o cabelo” ou “aquecer sua casa”.

A análise aponta que a construção do console foi feita para otimizar a dissipação de calor, com o ar entrando por baixo e saindo quente por cima, o que também explica por que o console conta com uma base não removível, garantindo que a parte de baixo esteja sempre desobstruída.

Quem colocar a mão na saída de ar enquanto um jogo da nova geração estiver rodando vai sentir calor, sim, mas é o que se espera para um produto do tipo. No entanto, não é algo que seja fora do comum. O Series X pode puxar uma potência teórica máxima de 315 Watts, mas na média, os jogos de nova geração puxaram em média 190 W. Para referência com a geração anterior, um Xbox One utiliza 120 W e o One X trabalha com 185 W. Ou seja: a diferença de energia puxada pelas duas gerações não é grande.

Já o site The Verge tem uma abordagem mais subjetiva, mas também tranquilizadora sobre o assunto. A análise aponta que o console não demonstrou nenhum calor significativo saindo do topo do console, que também não se mostrou quente demais para ser manuseado a ponto de queimar a mão. Não é diferente do calor que sai do exaustor na parte traseira do Xbox One X, nem de um PC indicado para jogos. A IGN, no entanto, diz que o ar é, sim, mais quente do que o da geração passada, mas nem de longe o suficiente para incomodar, mesmo colocando a mão diretamente no exaustor após longas sessões de jogo.

No entanto, uma coisa que tanto o The Verge e o GamesRadar concordam é que é uma boa ideia deixar o Series X em um lugar arejado, para facilitar a circulação do ar e permitir sua refrigeração. Não é uma boa ideia deixá-lo na prateleira apertada de um rack, onde ele recirculará o ar quente que deveria ser dispersado no ambiente, correndo o risco de gerar superaquecimento.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital