Novo console da Nintendo é hackeado antes do lançamento

Discussão no Twitter mostra desmonte e análise do Game & Watch de Super Mario Bros, lançado para comemorar os 35 anos da franquia
Rafael Rigues13/11/2020 14h09, atualizada em 13/11/2020 14h11

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Para celebrar os 35 anos do jogo Super Mario Bros. a Nintendo lançou uma edição especial do Game & Watch, sua primeira geração de consoles portáteis, com tela colorida e o game na memória.

Obviamente, o pequeno console chamou a atenção dos hackers, interessados em saber se é possível modificá-lo para rodar outros jogos. Um deles, que atende pelo apelido stacksmashing no Twitter, recebeu seu Game & Watch um dia antes do lançamento nesta sexta-feira (13) e não perdeu tempo em abrí-lo para explorar o hardware e software.

Quem esperava um sistema flexivel baseado em Linux, como no NES Classic e SNES Classic, vai se decepcionar. O hardware é muito modesto, e provavelmente incapaz de rodar um SO complexo.

O processador é um STM32H7B0VBT6 da STMicroelectronics, que contém um núcleo ARM Cortex-M7 rodando a 280 MHz, 128 KBytes de memória flash, e 1024 KBytes (sim, apenas 1 MB!) de RAM. Também há uma memória flash serial de 8 Mb (1 MB), que provavelmente contém todo o software. A bateria tem capacidade de 525 mAh.

Analisando o conteúdo da memória, stacksmashing descobriu uma ROM do jogo Super Mario Bros., o que indica que o sistema roda um emulador, provavelmente escrito diretamente para o hardware, sem necessidade de um sistema operacional por baixo. Também foi possível obter cópias da memória de vídeo (framebuffer), que mostram o jogo rodando.

Logo após, stacksmashing conseguiu o que queria: modificou o conteúdo da memória flash, trocando a ROM original do jogo por uma que mostrava na tela a palavra “Hacked”. 24 horas antes do lançamento, o Game & Watch de Super Mario Bros. foi “hackeado” para rodar código diferente do original de fábrica.

Entretanto, isso não significa que será possível rodar outros jogos em breve. Além da óbvia limitação na quantidade de memória do portátil, há o fato de que o hardware do NES é bastante complexo, com os cartuchos usando uma grande variedade de chips para expansão de memória ou mesmo para adicionar novos recursos de áudio e vídeo ao console. Um emulador escrito para rodar apenas Super Mario Bros. pode não ter o necessário para rodar um jogo mais complexo, como Castlevania 3.

O hacker promete publicar, em breve, um vídeo mostrando um passo-a-passo da façanha.

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital