Zona Franca de Manaus reclama de projeto que reduz impostos sobre games

Projeto do governo pode eliminar 500 empregos e contribuir com a desindustrialização do país, afirma consultor
Renato Santino13/08/2019 00h47

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Nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro passou a defender benefícios fiscais para videogames no Brasil, o que deixou boa parte dos fãs de jogos eletrônicos empolgados. Quem não ficou muito feliz com a ideia foi a Zona Franca de Manaus, que teme que a medida acabe eliminando empregos da região.

Segundo Saleh Hamdeh, consultor da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) e do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), a medida contribuiria para a desindustrialização de mais um setor na economia. Sua estimativa é de que 500 postos de trabalho seriam fechados e 70 mil unidades por ano deixariam de ser produzidas na Zona Franca, como relata o site TeleSintese.

A explicação é simples. Ao longo dos anos, várias empresas de eletroeletrônicos se instalaram na região para fabricar seus produtos localmente, aproveitando condições tributárias mais vantajosas. No setor de videogames, isso inclui a Sony, responsável pelo PlayStation, e a Flextronics, que monta o Xbox, da Microsoft, no país.

Bolsonaro já fala no assunto há pelo menos dois meses. Sua primeira manifestação sobre a redução de impostos sobre games aconteceu em junho deste ano, e foi reforçada no mês seguinte, quando chegou a contatar um atleta de e-sports para avisar que o tema seria estudado.

A proposta do governo sobre o tema, segundo um rascunho do texto obtido pela agência Reuters, envolve a redução do IPI de 50% para 40% para consoles; partes e acessórios sem tela teriam a alíquota reduzida de 40% para 32%. Por fim, game cards e máquinas de videogame com tela incorporada teriam a redução de 20% para 16%.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital