Os novos Xbox Series X e Series S entram em pré-venda no Brasil a partir de terça-feira (29), mas alguns veículos estrangeiros já tiveram a oportunidade de testar algumas das novidades proporcionadas pela nova geração de consoles.
Apesar de a Microsoft ter emprestado as unidades para testes, os veículos ainda têm uma série de restrições sobre o conteúdo que podem publicar sobre os consoles até o momento. Por isso, as primeiras impressões giram todas em torno de desempenho de jogos retrocompatíveis e impressões sobre o sistema e o novo controle.
Quick Resume traz Alt+Tab para os jogos
Uma das funções mais importantes do novo Xbox é o Quick Resume, um recurso que permite alternar rapidamente entre jogos. Atualmente, o console é capaz de manter apenas um jogo congelado na memória enquanto o jogador navega pela interface ou usa outros aplicativos; se ele quiser abrir outro título, o primeiro será descartado. No entanto, com o novo recurso, é possível saltar de um jogo para outro como se você estivesse apertando um Alt+Tab.
Mas quão rápida é essa transição? O site Ars Technica conseguiu medir: em questão de apenas oito segundos, o sistema foi capaz de alternar entre um jogo e outro utilizando o Series X. Em comparação, para alternar entre um jogo e outro hoje no Xbox One, você precisa esperar que o sistema descarte o último game da memória, um card do jogo novo seja exibido na tela por questão de 30 segundos, uma série de avisos legais e logos de estúdios apareçam enquanto o jogo carrega, então é necessário escolher um save e esperá-lo carregar. É uma tarefa que pode levar tranquilamente mais de 5 minutos.
Enquanto isso, com o Quick Resume, foi possível deixar engatilhado na memória até 12 jogos de diferentes gerações, incluindo Xbox One, Xbox 360 e o primeiro Xbox de 2001. Os tempos de carregamento oscilam entre 5 e 11 segundos. É provável que os jogos da nova geração sejam mais pesados e restrinjam mais o Quick Resume, no entanto. A Microsoft diz que, em média, o jogador tem entre três e quatro jogos para os quais ele gostaria de retornar com frequência, então essa é a meta da empresa.
Jogos antigos rodam melhor
As avaliações primárias do Xbox Series X são unânimes em apontar que o console é silencioso, mesmo com uma ventoinha gigantesca no topo do dispositivo para permitir que o calor seja dissipado e não cause um desastre ao estilo “Três Luzes Vermelhas”, que dizimou as primeiras unidades do Xbox 360 após algum tempo de uso e forçou a Microsoft a ampliar a garantia do produto. Também é importante reforçar que o verde no topo do console não é um LED colorido, mas apenas uma pintura das saídas de ar.
As avaliações não puderam entrar em detalhes de jogos da nova geração, e precisaram restringir-se a impressões de jogos retrocompatíveis. Isso dito, o console também se mostrou capaz de rodar melhor os jogos antigos também, aproveitando o SSD integrado para reduzir dramaticamente os tempos de loading. O carregamento chegou a ser reduzido em cerca de 73% durante os experimentos.
“Red Dead Redemption 2”, um dos títulos mais exigentes da geração que se encerra, é um bom exemplo. Conhecido por tempos gigantescos de loading, seu tempo de carregamento diminuiu radicalmente com o SSD. Rodando o jogo a partir de um HD externo USB 3.1 no Xbox One X, são necessários 159 segundos entre abrir o jogo e terminar de carregar o novo save. O mesmo HD externo rodando o jogo no Series X já reduziu o tempo de carregamento para 119 segundos. Já quando o título foi aberto a partir do SSD do console, bastaram 68 segundos.
“Borderlands 3” viu uma das reduções mais dramáticas. O jogo precisou de 213,5 segundos para carregar a partir de um HD externo USB 3.1, mas esse tempo foi reduzido para 56,5 segundos rodando no SSD.
Vale notar que nenhum desses jogos recebeu nenhum patch para funcionar melhor com a nova geração, então eles não receberam otimizações para o SSD. Títulos da nova geração ou que recebam as devidas atualizações pensadas para compatibilidade total com o novo armazenamento devem tirar proveito da tecnologia de forma mais profunda.
Não foram só os tempos de carregamento do save dos jogos que melhoraram. O site The Verge nota, por exemplo, que elementos gráficos de jogos também aparecem mais rápido no Series X do que no One. Em “Destiny 2”, por exemplo, o menu de inventário e ajuste do personagem carrega todos os objetos muito mais rapidamente do que no console de geração anterior.
O novo controle: uma leve evolução
O controle do Xbox Series X tem muito pouco de novo quando comparado com o do Xbox One. Talvez a mais perceptível seja um botão novo, de compartilhamento de conteúdo, que basicamente cria um botão dedicado para uma função que o console já tinha, permitindo capturar e transmitir vídeos e imagens facilmente para diferentes serviços.
O D-Pad, o direcional digital, mudou novamente. Após migrar para o formato de cruz na geração Xbox One, a Microsoft decidiu abordar uma espécie de disco, mesclando o direcional do Xbox 360 com o modelo Elite.
Esteticamente, há outra mudança notável: o botão com o ícone do Xbox agora é parte integral do painel frontal do console, em vez de ser parte de uma peça distinta no topo do controle. O acessório também foi texturizado de uma forma diferente do que os modelos da geração anterior. Os gatilhos, em especial, contam com uma nova textura que os diferenciam do visual totalmente liso da geração anterior.
A Microsoft fez alguns ajustes milimétricos que visam tornar o controle mais confortável para diferentes tamanhos de mão. A empresa também diz ter diminuído a latência do controle, o que significa menos tempo entre um botão pressionado e a reação do jogo.
O controle ganhou um conector USB-C, que o torna mais pronto para uma nova era do conector, mas não abandona uma característica antiga: o aparelho ainda funciona à base de pilhas, com a opção de comprar um kit de bateria recarregável que permite carregar o dispositivo pela porta USB-C.