Ainda em 2016, a Amazon havia anunciado que estava trabalhando em um dos seus primeiros jogos, sendo um deles o título Crucible. Finalmente, em maio de 2020, este primeiro jogo da Amazon foi lançado para computadores de forma gratuita podendo ser obtido na Steam.
O jogo tem como foco os combates PvP e, além de trazer uma temática futurista e diversos personagens, também mistura elementos vistos em títulos do gênero Moba e Battle Royale. O Olhar Digital já teve a oportunidade de testar este game e te conta a seguir o que achou dele nesta análise. Confira!
Os caçadores
Assim como na maioria dos Mobas e até mesmo em alguns jogos de outros gêneros, o Crucible conta com alguns heróis para os seus confrontos, que aqui são chamados de caçadores, ou seja, você não criará o seu personagem nele. No total, ao menos em seu lançamento, o Crucible conta com 10 caçadores para serem escolhidos, sendo que eles não se repetem no seu time.
Já estes personagens acabam sendo divididos em classes diferentes para que cada pessoa possa ter uma função distinta como dar dano, zonear ou até fazer a linha de frente. Algo até interessante a ser notado, é que cada um dos heróis possui uma mecânica de tiro diferenciada. Assim, por exemplo, tem personagem que dá apenas um tiro comum enquanto outros usam lança chamas ou dão dano em área.
Partindo já para a questão mais estética, os personagens do Crucible possuem um visual um tanto genérico e com pouco apelo visual ou uma identidade própria, mas este não chega a ser um grande problema, pois eles são bem distintos entre si. Mais uma vez, fazendo uma comparação direta a maioria dos Mobas, além dos “tiros diferenciados”, cada personagem do Crucible possui até 4 habilidades, que também se mostram bem únicas.
Modos de jogo e objetivos das partidas
Antes de entrar na questão das mecânicas vistas na hora do combate, é necessário lembrar que o Crucible possui 3 modos de jogos diferentes, sendo que todos eles têm como ênfase o PvP, ou seja, apesar de até contar com alguns inimigos controlados pelo computador, você sempre estará disputando a vitória da partida contra outros jogadores de verdade.
Em o “Coração das colônias”, os times são divididos em duas equipes de 4 jogadores, que deverão fazer disputas pelos “corações” liberados pelas colmeias, sendo que o primeiro time a fazer três pontos ganha a partida. Já para evoluir, ao invés de apenas matar os inimigos nos combates, os jogadores precisam conquistar as “colheitadeiras”, em uma espécie de “capture a bandeira” e também devem matar os monstros neutros que concedem experiência e evoluem suas habilidades e atributos.
Já um dos modos de jogo mais divertidos de Crucible acaba sendo os “Caçadores Alfa”, que é praticamente um Battle Royale, mas com uma mecânica interessante. Nele, você estará sempre jogando em duplas e, assim como no outro modo descrito acima, deverá lutar contra monstros e outros objetivos do mapa para conseguir experiência e se sagrar o vencedor. Já a mecânica realmente diferente vista por aqui é que se o seu companheiro morrer, você poderá formar uma aliança com outro jogador que esteja sozinho, mas terá que enfrentá-lo até a morte caso vocês sejam os últimos participantes.
Por fim, o modo “Comando das Colheitadoras” é bem parecido com o primeiro modo de jogo visto aqui, sendo que nele o número de participantes do time acaba sendo maior e o grande objetivo é realmente dominar as “colheitadeiras”, ao invés de derrotar uma colmeia e obter o seu coração. Já quem vence nesse modo é a primeira equipe a conseguir marcar 100 pontos.
De forma geral, nos modos de jogo, o Crucible apesar de até conseguir oferecer certa variedade não acaba inovando em praticamente nada, trazendo sempre algo que já vimos em outros jogos. Inclusive, até preciso destacar um ponto negativo dos modos, é que a experiência obtida nas partidas não parece surtir muito ou qualquer efeito em seus personagens ou equipe na hora do combate, que é o nosso próximo assunto.
Gráficos, combate e partidas
O ponto que deveria ser o grande diferencial de Crucible é que o justamente desaponta mais os jogadores, sendo este o seu combate. O Crucible é essencialmente um jogo de ação em terceira pessoa, em que tudo ocorre de forma muita rápida e não de um jeito agradável, tornando tudo muito confuso.
Ao passar praticamente um fim de semana inteiro com o jogo e tendo tempo suficiente para me acostumar as suas mecânicas, de forma geral, parece que em Crucible sempre o primeiro jogador a atacar é quem ganhará o combate. Aqui, o que realmente mais conta para você ganhar as batalhas são a mira de seus personagens e como você se movimenta pelo mapa.
Apesar de os heróis possuírem habilidades bem distintas, na prática, elas pouco fazem a diferença, já que na maioria das vezes elas não dão dano ou sequer oferecem um controle de grupo. Além disso, pode ser um bug do jogo, mas também tive problemas com habilidades que não funcionavam corretamente, como uma que deveria revelar todos os inimigos de uma área e não mostrava quem estava atrás de um arbusto logo a minha frente.
Além do problema da jogabilidade, algo que precisa ser implementado com urgência em Crucible é alguma ferramenta de comunicação, já que o jogo tem um grande apelo para o trabalho em equipe, que é essencial para dominar os objetivos e vencer os jogos. Nós até entendemos que o jogo acabou de ser lançado e ainda não possua um sistema de comunicação por voz, mas é constrangedor vermos um game de 2020 sem ao menos um sistema de bate papo.
Na questão visual, pelo menos, o Crucible não acaba desapontando e traz gráficos bonitos, apesar das texturas não serem tão bem trabalhadas e a variedade de inimigos ser bem baixa. Já outro ponto em que Crucible falha é em sua interface (HUD), que fica quase invisível no meio do cenário e não conta com um minimapa, algo crucial e que ajudaria bastante o time, principalmente por conta do problema de comunicação descrito logo acima.
Monetização
Um ponto bem positivo do Crucible acaba sendo o seu sistema de monetização, que não penaliza em nada quem não quer gastar com o jogo. Apesar de ser um título gratuito para jogar, a loja de Crucible traz apenas itens cosméticos, ou seja, somente itens que mudam a aparência dos personagens, mas que não concedem nenhuma vantagem como ter mais dano ou algo do tipo.
Conclusão
O Crucible é o primeiro título da Amazon e que até conta com uma ideia e temática interessante, sendo divertido em alguns momentos, mas que falha e muito em diferentes pontos. A sua jogabilidade parece um tanto ultrapassada e as habilidades de seus caçadores precisam ser revistas, já que elas quase não fazem a diferença nas partidas.
Algo que poderia realmente ajudar bastante o jogo em seu começo, como mencionamos no texto, é a implementação de um sistema de comunicação, algo que jamais poderia faltar em um jogo onde o trabalho em equipe é essencial para ganhar as partidas. Ainda assim, é bem difícil destacar um ponto que realmente torne Crucible diferente das outras opções que já temos de games para conquistar seus jogadores.