26 anos depois de seu lançamento, Aladdin, da Disney, volta a chamar a atenção. Não, não estou falando do recente remake em “live-action” que chegou recentemente aos cinemas. Estou falando do jogo para Mega Drive, desenvolvido pela Virgin Games e lançado em 1993.
Com animações fluidas retiradas diretamente do desenho animado, músicas inspiradas e bom desafio, o jogo é considerado um dos melhores no extenso catálogo do Mega Drive, e muito superior à versão para SNES, desenvolvida pela japonesa Capcom. Na época, quando a guerra dos consoles era entre SEGA e Nintendo e não Sony e Microsoft, ele foi uma arma importante no arsenal dos fãs do Mega Drive para provar a superioridade de seu console sobre o Super Nintendo.
Agora, temos a chance de olhar por detrás das cortinas e entender como o jogo foi criado. A Video Game History Foundation (VGHF) conseguiu uma cópia completa do código-fonte do jogo, o que nos dá uma rara oportunidade de entender todas as etapas e decisões tomadas durante seu desenvolvimento.
É uma descoberta digna da “caverna dos tesouros” do filme. Além do código-fonte, todas as ferramentas usadas no processo de desenvolvimento também foram arquivadas. Compiladores, editores de gráficos e de fases, os arquivos MIDI que deram origem às músicas, tudo está lá. Com isso, pesquisadores da VGHF podem reconstruir também o fluxo de trabalho dos programadores.
Analisando o código, eles encontraram inimigos e objetos que não existem no jogo final, muitos deles com animações completas, outros ainda em processo de desenvolvimento. Além disso, também encontraram os esboços de várias ilustrações que seriam utilizadas em personagens e fases, mas que nunca foram finalizadas.
Graças às ferramentas de desenvolvimento, o código-fonte pode ser compilado e transformado em uma cópia funcional do jogo. E com pequenas modificações é possível adicionar os itens “perdidos” de volta e observar seu comportamento.
Junto com o código-fonte foi encontrado um documento de design, que lista toda a visão original da equipe para o jogo. Tal documento é produzido no início do processo de desenvolvimento e serve como uma “planta”, detalhando a mecânica, fases, inimigos, comportamentos, etc.
Segundo o documento, uma versão para o Mega CD (acessório que permitia ao Mega Drive rodar jogos em CD-ROM) também estava nos planos, com mais animações, inimigos e fases extras. Entretanto, nada desta versão foi encontrado.
A descoberta está detalhada em um extenso artigo no site da VGHF, repleto de detalhes técnicos e exemplos, com imagens e vídeo, do material encontrado.
Não é a primeira vez que a fundação “resgata” a história de um jogo: em dezembro passado ela divulgou a descoberta de uma versão de Sim City para o NES ou “Nintendinho”, antecessor do Super NES. O jogo chegou a ser anunciado 27 anos atrás, mas nunca foi lançado e era considerado perdido desde então.