Nova IA do Google transforma rabiscos em criaturas mitológicas

Ferramenta foi criada como uma forma de ajudar artistas digitais a produzir grande quantidade de conteúdo em pouco tempo
Rafael Rigues19/11/2020 15h16

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Dois pesquisadores do Google, Andeep Singh Toor, engenheiro de software na equipe do Stadia e Fred Bertsch engenheiro de software na equipe de IA da empresa, criaram uma nova inteligência artificial capaz de gerar monstros e criaturas mitológicas dignas de cards de Magic: The Gathering a partir de desenhos fornecidos pelo usuário.

O projeto nasceu de uma dificuldade encontrada por artistas digitais, especialmente na indústria do videogame. “Criar arte para videogames digitais requer um alto grau de criatividade artística e conhecimento técnico, ao mesmo tempo que exige que os artistas de jogos iterem rapidamente em ideias e produzam um grande volume de ativos, muitas vezes em prazos apertados”, dizem os pesquisadores.

“E se os artistas tivessem um pincel que agisse menos como uma ferramenta e mais como um assistente? Um modelo de aprendizado de máquina agindo como um pincel poderia reduzir a quantidade de tempo necessária para criar arte de alta qualidade sem sacrificar as escolhas artísticas, talvez até mesmo aumentando a criatividade”.

Reprodução

O Chimera Painter em ação. Imagem: Reprodução

Os desenvolvedores treinaram duas GANs (Generative Adversarial Network, Redes Adversárias Generativas), que competem entre si: uma gerando novas imagens, e a outra tentando identificar quais imagens foram criadas artificialmente. Elas foram treinadas em milhares de imagens de criaturas geradas digitalmente, cada uma combinada a um “mapa de segmentação” mostrando as várias partes do corpo.

Depois de treinada, a IA foi incorporada a uma ferramenta online chamada Chimera Painter. O usuário rascunha as diferentes partes do corpo de uma criatura, e a IA ilustra a ideia “preenchendo as lacunas” com o que aprendeu sobre a aparência de garras e asas durante o treinamento. O nome vem das Quimeras, criaturas mitológicas compostas por partes de vários animais.

Obviamente, os resultados (ainda) não são equivalentes aos de um ilustrador profissional. Mas este é apenas o primeiro passo: “esperamos que estes modelos GAN e a ferramenta de demonstração Chimera Painter possam inspirar outros a pensar de forma diferente sobre seu fluxo de trabalho com arte. O que alguém pode criar quando o pincel é o aprendizado de máquina?”

Colunista

Rafael Rigues é colunista no Olhar Digital