Microsoft libera acesso do público ao xCloud, sua plataforma de games em nuvem

Serviço está acessível para convidados que se cadastraram em setembro nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Coreia do Sul
Renato Santino14/10/2019 23h31

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A visão da indústria de tecnologia para os games vai muito além do console físico que é a forma dominante de consumo de jogos. A nuvem é o próximo passo, com exemplos como o Google Stadia chegando ao mercado. A Microsoft também está de olho nesse mercado e começou os primeiros testes do xCloud, sua própria plataforma nesta segunda-feira (14).

A empresa decidiu disponibilizar o serviço para poucas pessoas, por enquanto. Primeiro, ele está habilitado apenas nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Coreia do Sul. Além disso, apenas interessados que haviam realizado um cadastro prévio em setembro estão recebendo os convites para participar do experimento.

Quem está na lista inicial de escolhidos para testar o serviço tem acesso a quatro jogos sem qualquer custo. São eles o recém-lançado “Gears 5”, “Halo 5”, “Killer Instinct” e “Sea of Thieves”. Os três primeiros chamam a atenção por serem jogos de ação intensa, que dependem muito de uma latência mínima para uma boa experiência, que é justamente a maior preocupação com os jogos em nuvem. A Microsoft promete incluir outros títulos com o passar do tempo.

Por enquanto, o xCloud experimental está disponível apenas para usuários de Android (celular ou tablet), rodando a versão 6.0 ou superior do sistema e habilitado ao Bluetooth 4.0; também é necessário uma conta ativa da Microsoft, um controle de Xbox com suporte a Bluetooth. Ainda não há uma previsão de quando o serviço estará acessível para usuários de iOS.

O que são jogos em nuvem?

Não é muito difícil entender como funciona um jogo em nuvem. Pense no seu console: ele recebe os comandos que você dá pelo seu controle, processa e transforma aquilo em uma ação que você vê em vídeo na sua TV. Na nuvem, o sistema é similar, só que em vez de o console estar na sala da sua casa, ele está em um grande datacenter a vários quilômetros da sua residência.

Isso significa que os comandos que você dá pelo seu controle precisam viajar para esse datacenter por meio da internet; da mesma forma, a imagem viaja do datacenter até a sua tela.

O ponto negativo é que há vários problemas potenciais que podem fazer com que os comandos que você dá e a imagem que chega até você atrasem, gerando uma experiência de jogo ruim, com o famoso “lag”. Se o sistema não for implementado corretamente, pode haver um atraso que impede que jogos mais frenéticos sejam aproveitados adequadamente.

Mas também há pontos positivos. O primeiro deles é que não há uma barreira financeira inicial para aproveitar seus jogos, o que torna o serviço mais acessível ao não ser necessário comprar um console físico. O segundo é que qualquer dispositivo com tela conectado à internet pode ser usado para jogar com gráficos de alta definição (smart TV, celular, tablet, etc.), já que o processamento do vídeo é feito todo no datacenter. Na prática, o que você vê na tela não é muito diferente de um vídeo do YouTube, cuja limitação de qualidade da imagem está ligada não ao poder do seu dispositivo, mas pela velocidade da sua conexão.

Renato Santino é editor(a) no Olhar Digital