A Microsoft anunciou nesta quarta-feira (22) seus resultados para o segundo trimestre de 2020, que também representa o primeiro período de impacto real da Covid-19 sobre o Ocidente. A pandemia teve alguns impactos bastante óbvios durante os números da companhia entre abril e junho, sendo o mais óbvio entre eles o crescimento fortíssimo do Xbox.
No anúncio, a Microsoft relatou um crescimento de 64% no faturamento relacionado a games no período em comparação com os mesmos três meses de 2019. Em números absolutos, esse crescimento foi de US$ 1,3 bilhão. Boa parte desse salto se deve a conteúdo do Xbox (jogos) e serviços ligados ao console (Xbox Live, Game Pass e Game Pass Ultimate); a Microsoft percebeu um aumento de US$ 1,2 bilhão do setor, ou 65%. O salto é atribuído a um “engajamento recorde, incluindo a força de títulos de terceiros enquanto as orientações de ficar em casa continuam”.
Não foi só em software que a pandemia levantou os números do Xbox. A Microsoft também reporta um aumento significativo na venda de consoles, com as receitas ligadas ao hardware disparando em 49% no período. Em várias partes do mundo há uma escassez de consoles, que devem se agravar com a descontinuação do Xbox One S All Digital e do Xbox One X enquanto a empresa se prepara para o lançamento do Series X no fim do ano.
A notícia corrobora uma tendência percebida com outros serviços de entretenimento que se beneficiam dos usuários presos em casa, como a Netflix. A empresa conquistou em seis meses praticamente a mesma quantidade de novos assinantes registradas durante todo ano de 2019. A principal concorrente da Microsoft nos games, a Sony, também ordenou um aumento na produção do PS5, provavelmente percebendo uma forte demanda por videogames durante a pandemia.
E os outros negócios?
A Microsoft é muito mais do que apenas o Xbox, claro. A empresa teve, como um todo, um trimestre fiscal excelente, já que boa parte de suas atividades se beneficiam da dependência de tecnologia para mediação de relações de trabalho e ensino.
A divisão do Surface, por exemplo, aumentou em US$ 374 milhões (28%) no trimestre na comparação com 2019, com mais pessoas e empresas precisando renovar seus computadores para viabilizar o teletrabalho. Da mesma forma, a empresa viu um aumento de US$ 337 milhões (6%) com o Windows, resultado de mais vendas de PC durante a pandemia.
Sobre o Windows, o resultado traz alguns resultados interessantes que exemplificam a situação mundial. Houve um aumento de 34% nas receitas da versão não-Pro do Windows pré-instalada em computadores novos, como resultado da demanda por trabalho e estudo em casa. Do outro lado, a versão Pro teve uma queda de 4%, como resultado da demanda fraca de pequenos e médios negócios.
Outros setores viram crescimento muito forte. A divisão de produtos voltados para servidores e serviços em nuvem saltou 19%, puxada principalmente por um crescimento expressivo da plataforma Azure, que viu suas receitas dispararem em 47%.
O Office também teve um crescimento expressivo, e boa parte dele veio dos consumidores finais. A empresa já tem 42,7 milhões de assinantes do Microsoft 365 (ex-Office 365), um crescimento de 23% na comparação anual. Já entre empresas, os resultados apontam uma ampliação de 19% nas receitas ligadas ao Office 365.