Criador do Mortal Kombat fala sobre o sucesso do jogo

Depois de mais de 25 anos mantendo-se no topo das vendas, Mortal Kombat 11 estreia com algumas mudanças e narrativa mais complexa
Redação24/04/2019 15h55, atualizada em 25/04/2019 14h00

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Nessa semana, aconteceu o lançamento do Mortal Kombat 11, seguindo uma franquia que existe desde 1992 no mercado, porém, em nenhum momento perdeu sua glória. O MK11 apresenta um sistema de combate redesenhado, visitando um jogo mais estratégico, juntamente com um foco muito maior na história. Em entrevista ao canal The Verge, Ed Boon, diretor criativo e criador da série, falou sobre o novo jogo e explicou os motivos do Mortal Kombat estar há mais de 25 anos fazendo sucesso no mercado.

“A razão pela qual estamos mais fortes do que nunca é porque não temos medo; bem, na verdade, temos medo, mas não hesitamos em fazer mudanças drásticas na fórmula do jogo. Existem alguns itens básicos que sabemos que não queremos mudar, mas acreditamos firmemente que temos que continuar mudando”, explicou ele.

Podemos ver no Mortal Kombat 11 que Boon realmente age de acordo com suas palavras. Apesar do antecessor de 2-15, Mortal Kombat X, ter vendido 11 milhões de cópias e ter se tornado o maior lançamento do game até hoje, os desenvolvedores não foram pelo caminho seguro, preferiram apostar em um jogo com mudanças.

O MKX antecipou a série 25 anos no futuro, dando aos fãs uma olhada nas versões antigas de lutadores clássicos como Johnny Cage. O novo jogo mistura essas várias linhas de tempo para que as versões mais novas e antigas dos veteranos do Mortal Kombat interajam umas com as outras.

“Nós realmente queríamos aproveitar a nostalgia das versões mais antigas desses personagens”, diz Boon. “Isso realmente toca nas memórias das pessoas de Mortal Kombat. Então, quando você vê o MK2 Scorpion encontrando o MK11 Scorpion, lutando juntos ou brigando, é muito legal”.

E para conseguir criar um enredo cada vez mais complicado e que se mantenha fiel à narrativa inicial, Boon conta com a ajuda de escritores. Por que não fazemos isso?’, e eles (escritores) dizem: ‘Bem, não, porque no Mortal Kombat 4, nós estabelecemos que isso aconteceu'”.

Em uma época em que os jogos de luta estão se afastando da narrativa para se concentrar no lado competitivo, a campanha de um jogador no MK11 se destaca. Porém, não é novidade para os fãs de longa data, que podem se lembrar da tentativa de transformar o Mortal Kombat em uma série de filmes de ação, com o filme de 1995 e sua sequência de 1997, Annihilation.

“Desde o primeiro jogo do Mortal Kombat, percebemos que os jogadores estavam realmente intrigados com a história de fundo desses personagens”, explica Boon. Ele ainda lembra que no início o game contava com frases pequenas como ‘Liu Kang era um monge Shaolin que veio da sociedade do Lótus Branco’ e apenas isso era o suficiente para criar um apego com o personagem.

Portanto, o MK11 é um jogo necessário da atualidade que intercala lindas cenas cinematográficas, narrativa consistente e cenas de ação com lutas sangrentas.

Com essa ideia de constante mudança e reinvenção para a série de longa duração, Boon diz que existem algumas constantes centrais que precisam estar no lugar para que um jogo se pareça com Mortal Kombat. Para isso, personagens icônicos como o Sub-Zero e a Sonya Blade não podem desaparecer, assim como os combates com violência exagerada e desmembramentos gráficos perturbadores.

A série Mortal Kombat existe desde 1992, mas ela é uma franquia que pode, com certeza, dizer que envelheceu com sucesso. Boon acompanha o jogo desde o início do seu desenvolvimento e participou da equipe de quatro pessoas que criou o original. Agora, o estúdio NetherRealm cresceu e conta com mais de 200 pessoas. Além do Mortal Kombat, ela também desenvolve o incrivelmente popular Injustice, da DC Comics.

Com o 30° aniversário da série aproximando-se, Boon comenta que até mesmo ele fica surpreso com sua fidelidade ao Mortal Kombat. “Se você tivesse me perguntado: ‘Quanto tempo você vai trabalhar no Mortal Kombat?’ quando tínhamos completado 10 anos, não acho que teria imaginado que ficaria mais 15 anos”.

Via: The Verge

Colaboração para o Olhar Digital

Redação é colaboração para o olhar digital no Olhar Digital